Para o amor
me fiz de surda e louca
sem entender os recados
sem saber se era pecado
olhar e vê-lo no reflexo
da lua em um lago
ao ver-me narciso
sei que me engrandeceria
e redondamente me enganaria
em reverso de quarto crescente
o amor misturou a gente...
errei o centro, a margem
vivi uma abstinência covarde
por não entender de paixões
fui arrebatada por miragens
de minhas próprias visões
é bem verdade
quando o amor nos arrebata
voamos em uma nau insensata
seguindo viagem
desejando somente ir em frente
eu não disse: o amor misturou a gente
então, escrevo
para dar vazão
ao branco do papel
eu fico olhando para você
me esqueço dos sentimentos do mundo
e desejo ser benevolente
entendendo que o mundo girando
se perdendo e se achando
pode então unir a gente