sábado, 6 de abril de 2013

Saídas emergenciais

 
 
A solidão é
um pássaro inseguro
preso em seus próprios muros

a solidão é corvo
internamente corroendo
seu próprio agouro

proteção é o espelho
onde olhamos o ombro
de pesos e nada de corvos

curvo-me a vida
porque a solidão me comove
ao olhar através da janela

na parede d'alma
enquadro a saída
e rio em lágrimas

compondo poesias
 
 
Adriane  Lima
 
 
 
arte by Catherine Brooks

Esconderijos de mim



Mimetismo em linho branco
seda pura ou papel crepom
o lirismo do olhar estava
à espera de brandas palavras
que passaram em brancas nuvens...

 
Adri Lima
 
arte by  Nathalie Vogel

Janelas da Alma

 
 
Doer dói sempre
é quase um refrão
impertinentes estágios
entre razão e coração

doer dói sempre
tudo que vejo
de desumano

entre a morte e a vida
absurdas situações

o carro incendiado
a voz rouca chamando o filho
o cadaver encoberto em panos

é o instante que fala
ou cala o mundo sem sentido

doer dói sempre
pode-se ouvir o eco
vindo de dentro

de cada um o timbre é o lamento
canção do esquecimento

parábolas bíblicas
humanos chorosos
não foi culpa de ninguém

doer dói sempre
os malabares do silêncio
dos homens procurando Deus

 
 
 
Adri Lima
 
 
 
arte by Jia Lu

Azulando

 
O mar é infinito
o azul é infinito
o mar é azul
amar é azul
há mar
entre nosso amor
ao navegar
sinta meu piscar de asas
coabitando-me

 
 
Adri Lima
 
 
 
 
Arte by Eric Zener 
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