Quem nunca viveu um romance leve,desses que enlouquecem pelo bem e pelo mal que pode nos fazer...
E foi assim, que ela olhando aquele homem ,tão menino,pensou:ah, vai ser apenas um romance de fim de férias.
Ele com cara de rebelde,costeletas largas.,cabelo com gel,cigarro no canto da boca...estilo:"James Dean"...
Ela mulher moderna, livre, não querendo nada que lhe desse rédeas e muito menos altares.
Resolveram então,namorar...
E lá se foram entre conversas,passeios de moto,mil viagens,festas, amigos, churrascos(epecialidade dele),e assim a vida estava o "romance Ideal.".
Ele era um cara "prá cima",era tudo que uma mulher precisa para ter uma leveza, após lutas entre antigos namoros pesados, envoltos em ciúmes e cobranças que era o que ela mais detestava.
O que poderia então ser melhor do que esse romance...livre,leve,solto...nada melhor do que "brincar de amar"...
E assim foram meses, o verão acabou, o aniversário dela chegou, e lá estavam eles ainda juntos...a paixão já se instalando,
E ai as coisas já mudavam todo ar...o fato de que ele mais morava na casa dela do que na dele,não se desgrudavam mais.
Dias, noites, madrugadas, casa,trabalho,festas,aniversários..onde um estava lá estava o outro...
Ai, as coisas começaram a pesar...o cara solto, rebelde,mostrou-se o carente, o que grudava e nem a deixava respirar, ver as amigas, ter seus momentos de solidão.
Estes só existiam após muitas brigas e pedidos para que ele fosse embora....e a deixasse respirar!!
E ela sabia que mais uma vez teria feito a escolha errada, a vida tentando escapar,a felicidade já não estava mais ali naquela relação.
O peso das cobranças eram maiores.E nem teria como querer consertar!!
E um belo dia ela resolveu fazer a ele um desafio : um teste para saber se ele sabia cuidar de um ser frágil,no qual ela comparou ao amor...
Deu a ele um peixinho dourado com o nome de Max,e explicou que o peixe assim como o amor,é fragil...se for muito alimentado,ele iria adoecer e se não fosse alimentado também,que ai sim enfraqueceria.
Mostrando o equílibrio entre o excesso e a escassez.
E que a água deveria ser trocada todos os dias,significando a renovação...
As coisas novas que devem ser acrescentadas aos romances diariamente.
E após essas explicações o acordo foi feito.Era preciso que ele entendesse que o "peixinho" era como o amor deles,frágil e que precisava de doses certas para continuar a existir,com certeza ela confiaria mais para continuar dentro dessa relação um tanto quanto desgastada.
Ele 11 anos mais jovem que ela tinha entendido a brincadeira proposta e achou graça dizendo que faria tudo direitinho.
Uma mulher astuta,que sabia mostrar o que queria entre brincadeiras e analogias,nunca imaginou a isso a idade pesar,mas, a idade interna ,da vivência essa era certa ,serem bem distintos,pela fortaleza dela e fragilidade dele.
E assim seguiram...sabendo ser ele "compulsivo",em suas atitudes, o peixinho era alimentado sempre no mesmo horário e na quantidade certa, isso por uns 2 meses..
Até que um dia ,ele acordou cansado de ter que dar apenas um pouco de ração e encheu o aquário de comida e o peixe pobre coitado ,acabou redondamente morto."o que ja era de se esperar....
E foi o tempo que o romance aguentou....morreu...!!!
Morreu como o pobre peixinho....assim "estufado"por tantas carências,cobranças,excessos....o peixe também se "estufou"
..E assim ficou a lição...
Peixes...Romances...
Precisam da dose certa entre: razões e rações....
Caso contrário todos se perdem em excessos e não se tem como voltar atrás...
Adriane Lima