segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Palavras engaioladas
Havia derramado o silêncio
entre letras que pensei calar
escolhido o peito como aliado
feito produto manufaturado
que se pode modelar
em comum acordo com a mente
fui apenas displicente em nele confiar
ninguém cala o que sente
se as palavras não falam
os olhos não mentem
e nisso nunca fui boa
ao me disfarçar
mesmo com a vida agitada
entre insones madrugadas
novas palavras nuas
alvas e límpidas
preciso fazer voar
Adriane Lima
Arte by Ana Hadin Maulle
O claustro da alma
Nasci em suavidades
cresci sendo sol
pelas verdades do caminho
vestida de mar
como as marés
me alternava
entre altos e baixos
no corpo vontades
na alma intensidades
onde nos pés pesavam
a liberdade
lúcida em minhas loucuras
romântica em meus amores
inquieta em meus sonhos
exagerada em minhas dores
fui silêncio na maioria dos dias
havia sido a vidraça preferida
dos olhos que me cercavam
Adriane Lima
Arte by Ivana Besevic
Prosa para pessoas sensíveis VII
Verdade para essa gente, que acredita que a poesia
já nasceu para ser contemporânea,
sem artigos indefinidos, sem aquela lindeza de parnasianismo,
achando que o bom é não rimar para ter lirismo e
mesmo assim, ser chique desde os tempos de Camões.
mesmo assim, ser chique desde os tempos de Camões.
Poesia não precisa de igualdade,
de você achar que o que escrevo é verdade,
de você achar que o que escrevo é verdade,
assim como o que você escreve e acha o máximo,
colocar as palavras em ácidos e provocar dizendo
que agora o que está em voga
são desconstruções
são desconstruções
Adriane Lima
Arte by Wendy NG
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