quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Frágeis ponteiros




Cada uma de minhas aflições
dorme em uma onda do tempo
peço a Chronos que pare
e reúna os pedaços perdidos.
 
Eu imploro que decifre caminhos
e o laço solto entre destinos,
ele não ouve nem mesmo meus sonhos
 
Quando grito que estou envelhecendo
ele ri e me brinda com indiferença
sabe de antemão como funciona
 
Sem misericórdia recolhe
meus cacos e
diz que não há segredos:
o tempo não pode ter calma
 
Nele estão os espelhos quebrados
com desgastes de cenas antigas
a terra encerra o corpo
o céu liberta a alma
 








Adriane Lima









Arte by  Brigitte Byron Coons

Algumas intimidades


 
Não diga
que meus olhos
são tristes
eles enxergam tanta
alegria
quando de frente aos seus
 
Meus olhos
aprenderam a aceitar
o amor e a saudade
morando na mesma casa
 
Gosto de dizer
seu nome em voz alta
ele toma a forma
de tudo que mora aqui
 
a vaziez dos cômodos
se enchem de sonoridade
e teu cheiro compõe a
lembrança quando
me deito entre lençóis
sprayados de lavanda
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Belarmino Miranda

Entre abraços

 
 
Me leva
eu dizia
de forma imperativa
 
e assim
meu corpo
se sentia seguro
 
foi o átimo
o passo em falso
 
me leva
eu dizia
de forma imperceptiva
 
e assim
minha alma
se tornou vazia
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Roni Di Scenza

Com a força das marés






O meu amor
foi aflição verdadeira
teve a força
das marés
para apagar seu nome

como se fosse na areia









Adriane Lima












Arte by  Rauf Jenibekov
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