segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O sopro do inesperado




 
Quando ouvi a música
foi como penetrar no vento
um redemoinho de lembranças
de amores e fracassos
 
aquele homem
aquelas tardes
aquelas noites
tudo começava
e recomeçava 
 
com uma lírica sensação de ar
um suspiro
uma sensação de liberdade
de fazer o que desejasse
e partir
 
brisa,vento,tempestade
seguia sem olhar para trás
sem ver estragos
que levei ou deixei
 
cada um de nós
entrava nesse redemoinho
por escolha própria
ganhava e perdia
sem nada temer
 
assim é a liberdade de viver
caminhar rumo ao desconhecido
  
e eu fui
e cada vez que
esse impulso vital me chamava
não questionava,
apenas ia e vivia tudo o que
o instante me oferecia
 
apenas uma indecisão interior
tão ampla e obscura
como o oceano
aparecia em minha frente
  
fomos esmagando egos
pela força das palavras
 
- fui me debatendo
tentando não afogar
 
pesava toda correnteza
que me empurrada
em sentido contrário
 
a liberdade não era
e nem nunca foi
um porto seguro
 
foi o reflexo
dessa miragem
que buscava
por anos a fio
 
dentro,bem dentro de mim 








 Adriane Lima




Imagem retirada da net.


Espelho bucólico

 
 
Sentiu-se leve
feito nuvem
dominando a
ofegância
do ar liberado
pela respiração
 
perdeu -se
nos sonhos
imaginando
cordeiros
 
fora devorada
por desejos
guardados
em lobos
famintos
de doçuras
 
unificados
em primeira pessoa 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Steven DaLuz 

Mal Intento




Desde menina
foi tão Anna Karenina
amando quem não devia
ocupando o coração
com sonhos vãos

doce literatura
naquela altura
na pele já sentira
a quentura

amor,puro fantasma
arrastando correntes
entre amantes
tão diferentes

depois mulher
desejou o afã "gran hotel"
café na cama
cercos e manhãs
doses de exagero
em estilo noir

mulher menina
sempre sorria
das tempestades
anunciadas

que depois de passadas
enchiam lhe com alegrias
em belas companhias
bons amigos, sem culpas

aprendeu que o lixo da vaidade
em qualquer idade
não controla os impulsos vitais

a inteireza é interna
pois quem quer partir
não faz
e nem fez
nunca

- a menor falta


 


Adriane Lima




Arte by David M. Bowers 

Olhos de vidraça



O amor arrombou a janela
sem pedir licença
depois de estar dentro
mudou a perspectiva
mudou suas crenças
fugiu sendo ausência

foi então que o coração descobriu
a rapidez de uma ofensa

 






Adriane Lima







Arte by Zoltan Molnos 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...