segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Orgia de palavras
Tem noites que eu não durmo nada
a poesia louca me acorda
em plena madrugada
quer fazer amor comigo,
quer fazer amor comigo,
e eu doida aceito
me solto,me envolvo,
me solto,me envolvo,
me perco entre suas doces palavras
e em rimas dou risadas,
e em rimas dou risadas,
sinto arrepios,saio do chão
sensação de liberdade,
sensação de liberdade,
perversidade de brincar com as palavras
plena madrugada,acabar com o silêncio
plena madrugada,acabar com o silêncio
que estava no quarto
e nesse ato,me engrandeço,
e nesse ato,me engrandeço,
me envaideço de ser a escolhida por ela
eu e a poesia:amantes, loucas,
eu e a poesia:amantes, loucas,
gozamos juntas o mel das rimas e
versos soltos no ar
è quase um escárnio,
versos soltos no ar
è quase um escárnio,
me vem com força, inevitável...
quando ela me convida, tão instigante,
não sei negar
quando ela me convida, tão instigante,
não sei negar
E para ela sou livre,disposta a me dar
a qualquer hora ou lugar
com ela faço filhos são as palavras,
as palavrinhas e os palavrões...
a qualquer hora ou lugar
com ela faço filhos são as palavras,
as palavrinhas e os palavrões...
Adriane Lima
sábado, 26 de novembro de 2011
Nudez
Hoje eu quero dormir nua
sentir em minha pele
o vazio, o nada
deixar entrar em mim
a escuridão da madrugada
tirar de meu interior
a sensação da solidão
de não ser tocada
não ser amada
tenho meus momentos
de ser, incrédula
insegura, ser livre
e ter a alma lavada
não quero ter na pele
um lençol nem nada
não quero o conforto
quero o abandono
do quarto se fechando
até onde meus olhos possam ver
e acabar assim sem voz
solta em minha insensatez
meus pensamentos
vãos, atônitos , quase em choque
com o meu soluçar
ainda que exista no sonho
um cobertor de lã jogado
aos meus pés
se eu assim quiser, ao acordar
mas, hoje, de qualquer ajuda
quero me desnudar
Adriane Lima
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Revela-te
Pele em poema
não tema
revela-te
sorvendo meus
delírios
essa forma de amar
se entregar
amo teu
cheiro de gente
teu amor de bicho
unificado, no ato
o contato
diluindo meu corpo
o contorno
absorvendo
sobras de emoção
onde desmorono
boca,nuca
pé e mão
sensação idílica
de espaço etéreo
árvore de minhas sombras
pelos veios de nosso olhos
extrema unção
corpos respostas
pura evocação
na explícita mistura de pernas
adentra e me faz fêmea
com exatidão
Adriane Lima
Credibilidade
Atravesso meu mundo de milagres
onde renasço entre fases ambíguas
pousando suave em sonhos
acalentando no peito as feridas
As lágrimas que caem
são adornos a limpar
de meu rosto o cansaço
jorram feito ondas perdidas
em minhas mágoas sentidas
Olho para o céu
em busca de alento
miragens suaves
trazidas ao vento
Anjos em voos e
em revoadas
pássaros soltos
em meus tormentos
Quisera possuir tuas asas
sair de minhas quedas
em liberdade
desse chão já não temo a vida
mas minha alma, sangra ferida
Anjo puro de meu céu distante
faças com que eu me
encante de novo com a vida
Me faça crer
que tudo isso é guarida
onde deposito minhas
sensibilidades
Anjo que estais no céu
guardes meus sonhos contigo
quero crer ser poeta,mãe
mulher,escritora,
pintora e malabarista
Quero crer que o amor
ainda é meu melhor ponto de vista
Adriane Lima
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Poema Prisioneiro
Não...
Nem sempre entendo
por linhas tortas
por verbos arrastados
por palavras generalizadas
Quero o real
derramado pela vida à fora
indicando o que é sentido
por ouvidos atrevidos
especulações de amor errado
versos bandidos
meros recados
Chega de filosofia
de comer na mão
de quem só se sacia
de mistérios e encantos
de pura magia
Escrever , como quem faz
regras à si mesmo à esmo
Escrever , como quem traz
pão a quem tem fome
Escrever , como quem é
livre de gestos ou
palavras
embora algumas
permaneçam enjauladas
na garganta e pela força
santa, não encaixam na
escrita nesta hora
liberta-las?
muito embora
ato necessário
não é hora
palavras pretensiosas
palavras escancaradas
palavras emudecidas
palavras misteriosas
palavras ...
verbo sem ato
de existir de fato
uma palavra que
convença
palavra sentença
nula de emoção
nua em noite
de escuridão
onde serei sempre
refém de meu poema vão
Adriane Lima
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Frente a frente
Sonhei ser estrela
dona de meu céu distante
dona de um peito errante
que teimava em ter razão
Me via em um círculo mágico
traçado por cinco pontas
de luz e redenção
hoje trago no peito
tempo e escuridão
E nesse vagar de estrela
Não sei de mim
não sei do tempo
frio e cansaço
não sei do abraço
que sonhei afinal
E me vi nesse mundo estranho
não sabendo nem seu tamanho
se feito de silêncio lunar
ou espaço de estrela cadente
Se aspirar a luz
Talvez um dia saberei
quando olhar-me de frente
e no fundo de meus olhos
ver o brilho de minha estrela interna
Aquela em forma de força
que entre céu e inferno
nunca me abandonou
Adriane Lima
A espera de Amar
Que em devaneios se pôs a pensar
Se viver de amor está complicado
Morrer é só para dramatizar
Homens e mulheres não resolveram
de que jeito querem estar
Se a emoção é chantagem
ou seria ao contrário
para combinar com o ditado popular
Se ele traz flores não se tem o vaso
Se ele é indiferente não leu o recado
Se ele se derrete parece coitado
Se ela vai atrás é caçadora
Se fica em cima dominadora
Se cuida é protetora
Se um oferece o braço
o outro diz : eu passo
Se um dá carinho
o outro quer voar
igual passarinho
É feito um caminhar mais rápido
sem poder alcançar
Depois não se sabe
quem é o culpado
Desse imenso quebra cabeças
Não há quem mereça
tanta busca sem apreensão
Onde não se perde
nem se ganha
Um remendado coração
De fitas do Bonfim
a patuás
de rezas, para quem sabe rezar
Búzios, I ching e
cartas de Tarô
Não há
quem não busque
o amor
para se sustentar
Adriane Lima
Arte by Sergey Ignatenko
sábado, 19 de novembro de 2011
Sublimação
Arrebato-me no medo
arremeto-me no espaço
desfaço o laço
sangro a culpa
Crio certezas vãs
entre punhais e silêncios
deito e rolo na alma
sorvo a tentação do corpo
me limitando
Deixei de ser
eu
de ser minha
e nada me resta
de salvação
Inferno e céu à revelia
ardência e torpor
em minha direção
Capturando-me no medo
segurei-me no espaço
desfiz a culpa
sangrei o laço
Morri a sós
pelo amor
por mim
por nós
Adriane Lima
Arte by Saturno Butto
Adriane Lima
Arte by Saturno Butto
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Soturno
Salpiquei estrelas na noite
e as colhi no jardim
de azuis tornaram-se carmim
despi-me da intimidade
pétala por pétala
e meu cheiro de saudade
foi levado pelo vento
Sentimento à flor da pele
desenhando nuvens
na imensidão do céu
maravilho-me ao pensar
que ali, o imprevisível
poderia habitar
Água clara que escorre
percorre trilhas tortuosas
vida que segue e ninguém empurra
saltando pedras como quem flutua
num livre arbítrio de espumas
Sorriso frouxo, desejo incontido
animais domésticos protegidos
canteiro de ervas aromáticas
lavanda, alecrim e hortelã
em minha cesta de vida vã
Conheci o que nasce livre
sem que ninguém venha e semeie
o sereno vestindo a relva
me orvalhei a madrugada inteira
Adormeci acalentada pela música suave
e me despertei para o mistério que havia ali
a certeza de que em algum canto
estava o perecível que altera tudo
Era o tempo
tempo que ritmava a vida assim
e que marcaria cada um de nós
até o fim
Adriane Lima
Arte by David Graux
Leve-me leve
Súbito poderia dizer-me :
perdi, perdi, perdi
E então,poderia dizer-te:
aceita-me e me recria
como nunca fui antes
Faça-me ser inteira
como alguém de verdade
e não passageira
feita de tuas veleidades
Acolhe-me em teus braços
onde me sentirei segura
seja meu porto,minha margem
reforce minhas estruturas
Receba-me verdadeira
cansei de ser várias partes
no mundo que me rodeia
Carrega-me nessa viagem
ventania em sua aragem
toca-me a pele concreta
diga-me não ser incerta
Embala-me nesse ritmo de vai e vem
entre a vida e morte
que nos contêm
entre a morte e a vida
que nos convêm
Adriane Lima
Amores Servis
Ele deu para ela tudo
diante do amor e suas certezas
sua visão de paraíso
sua sombra de delicadeza
Perfume francês
óculos italiano
vestidos bordados da Índia
vinhos africanos
Amaram-se em lençóis de linho espanhol
ao lado da cômoda inglesa
comeram chocolates belga
vendo fotos de Veneza
Tango argentino
sedas da China
sapato alemão
velas,incensos da Tunísia
anéis,colares,pulseiras
adornavam a sua menina
Amaram-se e desamarram-se
sob límpidos céus azuis
passaram juntos nove agostos
entre o amor e seus encantos
Ele a perdeu de vez
e hoje,sangra sua dor
em um pobre hotel mineiro
Foi-se o amor,ficou a lembrança
De um homem que nunca foi levado a lua
Adriane Lima
imagem retirada da net
Amor Surrealista
Era eu, teu habitat
pisoteado quadriculado
de teu bel prazer
era eu o silêncio de tuas esperas
de tuas melancolias
e de teus calafrios noturnos
Sem saber era o teu sono
respiravas-me em invisíveis aromas
e assim presa em tuas redomas
passava as quatro fases da lua
Me emolduravas a toda hora
me encaixavas em toda parte
e sem saber já era o molde
de tuas peças desgastadas
Depois, fui abandonada
e numa estante colocada
junto aos teus livros já lidos
e teus papéis esquecidos
Minha dor se juntou ao bolor
de tua parede da memória
onde insólita fiquei.
Sei que não sou perfeita
por mais que tenha flores
já perdi todas as cores
E todo brilho que me deste
foi colocado num sonho
que em meus dias indago
porque foi o abandono ?
Hoje sou enfeite sem apreço
e todo amor que te ofereço
ficará comigo guardado
nessa dor que me tortura
Adriane Lima
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Amarras do Amor
Hoje vou te amar por inteiro
como um cão perdigueiro
tua pele farejar
cheirá-la, senti-la
me inebriar
Hoje vou te amar por inteiro
como um seresteiro
teus cabelos tocar
contorce-los,estica-los
me segurar
Hoje vou te amar por inteiro
e como um ferreiro
tua pele marcar
arranha-la , risca-la
me eternizar
Hoje vou te amar por inteiro
como um bandoleiro
teus contornos percorrer
anda-los, vasculha-los
me perder
Hoje vou te amar por inteiro
como um marinheiro
em tuas águas mergulhar
bebe-las, jorrá-las
me afogar
Hoje vou te amar por inteiro
pois sei que tudo é passageiro
e mesmo que em devaneio
sonho tê-la
entre as mãos
Prazer e alento
de quem ama
entre o sexo e uma cama
lhe faço juras de amor
E quando tudo acontece
o universo desaparece
Sou teu dono
rasgo a cortina do sonho
e enlouqueço em teu favor
Adriane Lima
Verso Avesso
Vejo-me nua
na rua de teus versos
e estou à sombra
na rua de teus versos
e estou à sombra
de tua obra in natura
onde gozas o mel
onde gozas o mel
de tua poesia em minha boca
existencial me tornei
com os teus gestos
são os meus sentidos aflorados
que me dizem que eu existo
que me dizem que eu existo
mas, não você
o resto de mim
é o que a poesia não diz
nem me fala
nem me propõe
é o que a poesia não diz
nem me fala
nem me propõe
aprendi a colecionar silêncios
entre uma estrofe e outra
entre uma estrofe e outra
um dia há de ver
que entre adjetivos soltos
estou eu presa
entre as linhas descompassadas
do que não me escreves
perdoo teu silêncio em letras
e alguns verbos não conjugados
e alguns verbos não conjugados
que balançam feito pêndulo
em minhas horas mortas
em minhas horas mortas
onde não há necessidade
de se dizer nada
apenas profanar
de se dizer nada
apenas profanar
as luas que já passaram a tua espera
Adriane Lima
Felina
Sou territorial
felina feito um caracal
protejo os que amo
com propriedade
e não faço por maldade
Vou falando o que sinto
isso é meu instinto
não poupo,não minto
mas nem sempre isso agrada
Minha transparência e proteção
às vezes mal interpretada
pareço mais um leão
se não me dão satisfação
Sou territorial
demarco os que eu amo
e meus espaços delimito
para aqueles nos quais não me engano
Não gosto de quem se esconde feito ave de rapina
com esses eu viro loba e pulo bem em cima
não gosto de quem chega manso feito serpente
com esses eu viro leoa e defendo minha gente
Sou territorial
meu lado manso é felino
dócil animal em meu destino
Adriane Lima
Imagem : Andrius Kovalinas
sábado, 12 de novembro de 2011
Crônica : " Uma mãe no divã"...
"Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de labios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre, mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.
"Só horas depois veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar".
"Só horas depois veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar".
Clarice Lispector
Nós vivemos dentro de um grande conto de fadas, do qual ninguém faz realmente idéia,ou nós saimos deles mais meninas do que mulheres, ou...
Ou hoje em dia teremos todos que entender que a vida é feita de leituras e releituras de nós mesmos.
Afinal nossas mães nos contaram sempre sobre príncipes,fadas,carruagens,finais felizes que queira ou não vivemos na expectativa do sempre sonhado : "The End".
Mas hoje me peguei repensando em todos os contos de fada que assisti com minha filha,ou contava a ela nos livros até ela pegar no sono,ou eu que às vezes pegava no sono primeiro...o que eles refletem em nós???
Sempre vai existir a menina que cresceu e virou mulher e deseja amar, ser amada, vencer as dificuldades e depois ter o final feliz que tanto nos fizeram acreditar.
Mas hoje...pensei em cada conto de fadas e o papel das mães dentro deles e acabei me assustando com o que me lembrei....
Pobres mães onde estavam , que nunca ajudavam as filhas?
Na maioria dos contos as pobrezinhas só tem madrastas,fadas e principes para salva-las mas, nunca uma mãe.
Bem, Chapéuzinho Vermelho tinha uma mãe... porém, malvada que lhe mandou levar doces para a vovó em um floresta que ela sabia haver um lobo-mau.
Meu Deus,que mãe cruel !!
Se bem que, me lembro dela ter desobedecido a mãe e ter pego outro caminho indicado pelo lobo...isso que dá não ouvir a mãe!!!
Embora ninguém pare para se perguntar isso,ao se lembrar da história e sim que, ainda bem que no final apareceu a figura masculina de um caçador que salvou Chapéuzinho Vermelho de todos os males.
Viram?!!Não foi a mãe que a salvou!!
Outra coitada foi a Branca de Neve,sua beleza era cobiçada por uma madrasta...quem mandou o pai se casar de novo, aqui então o papel da bruxa é literalmente a da má ...drasta que embora tenha lhe dado uma maça envenenada, no final o príncipe a salvou da morte eterna com um beijo ardente,quebrando o feitiço.
Ah, sim , os príncipes sempre salvam as donzelas indefesas,as acham lindas e como todo namorado vivem as cumplicidades do amor eterno.
Saindo um pouco das princesas vamos lembrar do Patinho Feio...
Ah, meu Deus que mãe que troca um ovo,não reconhece o filho e faz o coitado sofrer amargamente em sua auto-estima,as rejeições da vida.
Realmente uma mãe assim ninguém merece!!
Ainda bem que ele vira um cisne e passa por cima do sofrimento emocional da infância onde fôra rejeitado, se fosse nos dias atuais poderíamos dizer que ele até sofreu "bullying", já que todos os animais riam dele!!!
Estou ficando com medo de já ter lido todas esses contos aos meus filhos, eu, uma mãe...que exemplo!!
Ai então fui me lembrando de outras histórias e foi ai que fui mesmo ao fundo do poço em meu papel materno.
Cinderela também não tinha mãe e tinha que trabalhar feito louca para satisfazer duas "meio-irmãs" e uma: má..drasta!!
Lá vamos nós de novo, lembrar que o "príncipe " a amou assim que a viu...tipíco amor a primeira vista ,entre vais e vens da vida,entre sapatinhos de cristal, tiveram um final feliz!!
E Rapunzel então...presa numa torre pelos seus pais!!!
Ah, acho que realmente a família nos contos de fadas nunca foram bem vistas.
Se bem que,ela só ficou presa na torre a espera de seu príncipe porque foi a saída de seus pais para acabar com o feitiço da bruxa.
Mas ai parei e me lembrei: a bruxa só pôs esse feitiço na menina, porque a sua mãe quando estava grávida quis comer um suculento fruto de seu jardim.
Não podia ter ficado sem ter desejo essa mãe mas, não...fez o marido ir buscar o fruto e com isso a pobre filha quando nasceu foi entregue a bruxa.
Não falei...estou pensando seriamente em nunca mais contar contos de fadas aos meus "futuros " netos, quem sabe lá as mães sejam no inconsciente mais bem vistas,e assim não tenhamos essa imagem de que só os príncipes salvam.
É , acho que estou começando a entender o porque do divã depois dos 40...apesar dos pesares, hoje refazendo toda essa leitura quero me rever e ler um pouco Cazuza: "Só as mães são felizes"...
Não, não, melhor não,chega de literatura por hoje,vou me deitar sem ler nada!!!!
Adri Lima
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