quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Em pele de bicho




Às vezes viro bicho
dá preguiça de ser gente
tanta máscara em minha frente
tenho vivido a intensidade
de ser mesmo diferente













Adriane Lima










Arte By  Leila Ataya

Colorindo as horas




Há tons em mim
branco da paz
azul do jeans
desejo em carmim
abraço de avião
asa desse chão

dizendo assim : derrame poesia



Adri Lima




Imagem by Irina Karkabi 

Entre o bem e o mal



Não sei se fico
não sei se vago

não sei se rio
não sei se lago

não sei se levo
não sei se trago

não sei se me cego
não sei se me calo

as dúvidas
as dívidas

maciez ao contrasenso
do que me arde

antes tarde do que nunca
maniqueísmo selvagem

há quem se salve
há quem se culpe

escolher a renúncia
esquentar a aorta

saber-se saudade
ao fechar a porta


Adriane Lima





 Imagem :Denis Nunez Rodriguez

Porta-estandarte da dor




Poderia ser, a cegueira da escuridão
a tempestade na seca
a luz em cada disputa
Mas, não...
tudo calmo, envolto em certezas
as cartas sobre a mesa de meu coração

Sem vaidades ou
vestígios de maldades
quero me abrigar
em ruas que não tenham nomes
e somente nós sabemos
aonde vão nos levar

Infinitas saídas
nossas entradas e bandeiras
que teimamos em levantar

Nada de cantar uma canção de amor
desfigurar-se em fel ou rancor
mel adocicado da ilusão
prato que se come para cuspir no chão

Cansei de montar exércitos
para me salvar das mortes diárias
em busca de você

Hoje eu não tenho rastros, nem correntes
nossos fantasmas são diferentes
de tudo que você me prometeu

E se hoje te encontrei e me perdi
em outro tempo renasci
e se tiver que ser um dia : eu e você
nada irá nos deter

Mas, dentro do meu nada
cada porta, cada estrada
 reivindica ao meu coração
que continue te dizendo : -Não








Adriane Lima 






Arte By Andrius Kovelinas 
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