sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Ritual de desengano




Quero a paz
o beijo intenso
o amor ilícito
feito em sarjetas
 quero o instinto

animal de verbos
sussurros de palavras
silêncios de caça
tempestade em sedes

ecos que se apagam
quando a alma se lava
e do que lhe é direito
não conhecer a falta 








Adriane Lima









Arte by Brian Viveiros

Simultânea




A fêmea me permite
pulsar entre a 
lucidez e a loucura
a feminilidade me permite
provar
depois do veneno
 a cura








Adriane Lima











Arte by Dario Campanille

Coloridos espinhos






E sorvendo rituais
alheios, pessoais
plantar flores
ou venenos
 
o que pesa mais ?
 
palavra viva, diamante
mãos no fogo
viscerais
no meu caminho
algo se desfaz
 
o sangue, o vinho
as quinas, a lápide
apetite voraz
 
a visão arquivada no
peito, poeta é o que
meus olhos já viram
poesia, quiçá
 
coronárias, átrio vazio
memória afetiva
finge que engoliu
 
resposta (esperança)
não, não há mais
 










Adriane Lima
















Arte by Ricardo Celma

Nômade





Caricato anelo
condensando a vida plena
abençoado rio de lembranças
as luzes piscam entre disfarces
e eu...te concedo a contra dança
e nessa armadilha dedutiva
lambo a borda da taça com volúpia
não há sequer um sóbrio olhar
tecendo a noite

 








Adriane Lima











Arte by Brian Viveiros
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