quarta-feira, 26 de abril de 2017
O que há no peito humano
Não há nada além
de tudo que já perdemos
tirar leite de pedra
sempre foi mais ameno
Amor vem da força do verbo
que ainda semente
nos salva da valiosa realidade
dos traumas, dos medos, dos inimigos
Tudo cabe no estreito vão de nossas escolhas
o sonho da ficção naufraga a dor
lembro de meu voo em vórtices
os passos perdidos pela casa
os degraus de minha perturbação
Poderia ter inventado a liberdade
não a clausura do silêncio impossível
o abismo amargo ao tragar fumaça
entre as coisas humanas
que me consomem
Onde me distraio
trancando portas e janelas
e em minha fragilidade
tudo se entrelaça
Salvo meu gato escaldado
da água em ebulição
Adriane Lima
Arte by Van Holle
As estações do tempo
A flor do desejo
em tuas mãos jardineiras
tirou-me pétalas a pétalas
na trilha do peito
guardei impermanências
novas sementes
espalhei em solidão
não havia paz em canto algum
mãos feito heras internas
agarravam-se ao vento
sem esperança de primaveras
Adriane Lima
Arte by Alisson Hill
Adriane Lima
Arte by Alisson Hill
Marcas me doem
Tento blindar
a alma das dores
elas atravessam
através de rumores
Sussurros chegam
em ventos inesperados
bocas famintas
que não sei alimentar
ruídos intensos
sabem como estilhaçar
meu coração
Adriane Lima
Arte by Iris Scott
em ventos inesperados
bocas famintas
que não sei alimentar
ruídos intensos
sabem como estilhaçar
meu coração
Adriane Lima
Arte by Iris Scott
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