domingo, 16 de outubro de 2011

Amor em pedaços



O espaço um laço de nós
O tempo sedento a sós
Os corpos movendo lençóis
A noite proclama a chama

Inventa e sedenta me ama
A vida, a fruta mordida
O sexo a água de um plexo

As pernas suaves contornos
Os braços,lentos,atentos
A libido reclama do jogo
O odor só aumenta o fogo

Dois corpos, suaves, risonhos
Amor só meu,eu te proponho
Devagar,o tempo se vai
Tudo isto se cruza em sonhos

A ternura liquida

molha o amor que fica
Só assim me vejo louca
Com o sol no céu
e a lua em tua boca...




Adriane Lima



 Arte by Eduardo Naranjo 

Mãos de Caçador

 
Entrar na vida com essa música
parar no instante
te procurar no avesso
de meu ser distante

Por tudo que estamos vivendo
vem pedir mais do que posso dar
vem de onde não sonhei ficar
vem mesmo que seja
para me desapontar

Trilhar na intenção
de estar acordado
doce sensação
de existir
Sem medos
sem invenção
sem preparar o coração

...me invada homem...

Sacie minha sede
em sua saliva
se vista de mim
e me dispa dos medos

Faça passes de mágicas
virem a nosso encontro
meu jeito de te querer
é simples e manso

O inevitável toque
que me guia 
é prometer bem mais
quando raiar o dia

A luz de teus olhos
de encontro aos meus
aplacados plenos
já não podem ser

...indefinidamente breus

 
 
 
 
Adriane Lima

Esconderijos



O silêncio é a pena mais doída
È morte lenta,insegura ferida
Mãos de açoite não doeriam tanto
Alma e vida

Partir é apenas soar o alarde
Fazer do outro vítima e ser covarde
De plenitudes que não se deixaram existir

Jardim feito de sonhos adormecidos
Onde o amor não criou raízes
Passou com cheiro de primavera e
gosto de eternidade

E nesse buscar inesperado,
sem cheiro e sem cor
Onde brotou o amor, com tons violetas
Voos suaves de borboletas, 
e depois se foi

Peço pausa e recomeço
Reluz manhã, esconda a noite
Até encontrar uma nova flor
Não, o amor não mora mais aqui

Adriane Lima

Oca Moldagem

 

Faz de conta que crescemos
e mudamos de fases feito a Lua
que hoje no céu flutua
louca visão de nós tão infantis

E eu faço de conta que
sou molde de argila
e em tuas mãos posso ser moldada 
por ora crescente,outrora mingante
feito a lua cheia enamorada

E toda massa que escorre de mim
vai crescendo em pensamentos
vai minguando em desalentos
e faço de conta que não me tornei oca

E no vazio que o teu calor me deixa
sou fria ,mármore e intacta
sou feita da terra e sonhos de lua
e em meus delírios sou mais exata...

Adriane Lima

 

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