segunda-feira, 9 de junho de 2014

Pequena história poética




Quando eu digo
que sou poeta
costuro um assombro
em teus olhos
e aquilo que vês
são meus sonhos
feito nuvens que mudam
a cada vez que me olhas

 





Adriane Lima





Arte by  Ricardo Fernandez Ortega

Entre musas e mobílias

 
 
 
Eu não sei quem foi
que mais brincou
de não levar a sério
essa dor
eu não sei quem mais
brincou
de adornar a pele
com essa cor
eu não sei
quem mais brincou
de não querer
ir embora
de fingir a toda hora
que sabia o que era
o amor
eu não sei
quem mais forçou
para não abaixar a guarda
não puxar primeiro a espada
e ser o rei da situação
Ah,quantas confabulações
entre amores e cenários
faltaram poetas e suas musas
música ao fundo
com ar de tragédia
não eu não sei
quem mais brincou
de rituais e jogos banais
cartas,tarô,leitura de mão
não eu não sei
quem mais brincou
nessas mal traçadas linhas
de desfigurar um coração
não eu não sei
quem visitou primeiro o inferno
e de lá forte voltou 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by  Drew Cry

Anatomia de um poema


 
Nasceram as letras
fui degustando cada sílaba
mastiguei com todos sentidos
sentindo o cheiro delas
entre os dentes
engoli em seguida
as palavras que não
queria conhecer
a musculatura lisa
jorrou-as esôfago à dentro
e involuntariamente as digeri,
amassadas e misturadas
voltaram em queimação
por refluxo ecoavam
todas as palavras em aflição
restou-me :
fazer versos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Krassimir Kolev
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