terça-feira, 20 de agosto de 2013

O caminho do meio



Um grito ao luxo
decomposto
o que já foi vivo e ruiu
sucatas do desejo
pretensão de casa

onde ordenar o universo
onde eclodir terra e céu

olhar sobre o muro
frestas em janelas

o escuro
o escuro

fede o guardado
não há paz de onde venho

herança hermética
a virtude, só a passeio
trajando gala
buscando um meio

como escancarar o falido
como parar o estampido
proteção por gerações
sementes em solo árido
recomposições

ponto de referência
união entre o abismo
e o começo

os dejetos,as sobras
são fósseis da vida
escavações em ruínas
a procura do que houvera

o antes, o renascido
o melhor de mim
de quem era ?


Adriane Lima
 
 
 
 
Arte by Catrin Welz Stein 

Nua





Despertei assim
esquecendo meu latim
e um quê de educação
mais dona de mim
me lixando para o vazio
e o dissabor da vida crua
minha alma sedenta
não alimenta fomes rasas
por isso se arrebenta
ao por velas nas beiradas
iluminando túneis
onde já não há mais nada
escamas e camadas
meras decepções
é preciso tirar as vestes
é preciso tirar o pó
de velhas emoções
não dá para ser um rio
sem lua refletida
não sou tudo que vejo
sou vida
dissolvida

 



Adriane Lima




Arte by Ramon Lombarte 

Poema fora de Moda

 
Hoje a verdade é crime
a ambição sufoca
a palavra oprime
doce complacência dos mortais
diante o luxo e a luxúria
é preciso se esquivar
não pagar para ter a pele
nem de bichos , nem de homens

 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Catrin Welz Stein

O doce amargo da língua

 
Hoje me pus a ler Sartre
em total existencialismo
eu me lembrei de Saussure
e todas as questões da língua
parei na palavra saudade
nela transfiro coisas,cidades
De pessoas?
eu sinto mesmo é falta.
Quem não entende a essência
jamais saberá a diferença entre
significante e significado

 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
Arte by Evigeny Kuztenzov
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