quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

UniVersos paralelos






Vai
transborda-me
diga meu nome
de trás para frente
inverta:
quem tem boca vai a AMOR






                                       Adriane Lima











Arte retirada do Google 

Poema confessional para um blues inacabado





Eu o amei avassaladoramente
com todo o meu corpo, pele e alma
Por todas as expressões que através
de palavras jamais saberei explicar


Por todas as razões...
por nada e por tudo o que fomos
enquanto estivemos juntos

Chego a pensar que fomos insanos
por termos desnudado o amor, desde
o primeiro instante em que nos vimos
Por tudo o que procurávamos
e encontramos um no outro

Porque foi poeticamente eterno
enquanto durou...e por que acabou??
Se era você o amor com que sempre sonhei
em meus devaneios de menina

E você me ofereceu o melhor
e assim partilhamos sentimentos e pensamentos
Porque tudo em mim era para você a magia da vida

Desde o meu jeito de espirrar
(sete em sequência) e quase sempre
você gargalhava me acompanhando
e quando eu parava, me dizia :
-você é única ...
e eu acreditava suspirando

Com você aprendi a gostar de blues
a ouvir Schubert no último volume
Vivemos um romance de cinema
viagens, shows, inesquecíveis cenas
jantares em lugares exóticos
rotinas, casas e cotidiano

Tivemos a vida na palma da mão
tantas vontades e planos
tantas malas repletas de expectativas

Um dia terminamos , nem sei se por ciúmes
birra ou por capricho.
Só me lembro que foram semanas seguidas
das piores dores da minha vida

Chegou uma hora em que já não tinha
nem mais lágrimas para chorar
Apenas uma sensação maldita.
Uma falta tão significativa quanto
de uma perna ou um braço
Foi assim, uma dor de amputação
aquela parte de mim, já não mais existia

Foi então que pratiquei a difícil arte de esquecer.
Rosto, gestos , cheiro, voz, pele...

A memória traiçoeira, vivia apontando
o meu fracasso através das música dos bares
por onde eu ia; seu perfume surgia 

no ar da mesa ao lado
no meu espirro que virava ausência
e na gargalhada que se tornara escassa

Foi preciso me reinventar por fora para mantê-lo
para sempre dentro de mim

Confesso que até hoje, coloco um blues e danço
pensando em você, com o mesmo amor,
mas com um punhal cravado que ninguém vê

 








Adriane Lima







Arte by Sherry Lee Short
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