Eu o amei avassaladoramente com todo o meu corpo, pele e alma Por todas as expressões que através de palavras jamais saberei explicar
Por todas as razões... por nada e por tudo o que fomos enquanto estivemos juntos
Chego a pensar que fomos insanos por termos desnudado o amor, desde o primeiro instante em que nos vimos Por tudo o que procurávamos e encontramos um no outro
Porque foi poeticamente eterno enquanto durou...e por que acabou?? Se era você o amor com que sempre sonhei em meus devaneios de menina
E você me ofereceu o melhor e assim partilhamos sentimentos e pensamentos Porque tudo em mim era para você a magia da vida
Desde o meu jeito de espirrar (sete em sequência) e quase sempre você gargalhava me acompanhando e quando eu parava, me dizia : -você é única ... e eu acreditava suspirando
Com você aprendi a gostar de blues a ouvir Schubert no último volume Vivemos um romance de cinema viagens, shows, inesquecíveis cenas jantares em lugares exóticos rotinas, casas e cotidiano
Tivemos a vida na palma da mão tantas vontades e planos tantas malas repletas de expectativas
Um dia terminamos , nem sei se por ciúmes birra ou por capricho. Só me lembro que foram semanas seguidas das piores dores da minha vida
Chegou uma hora em que já não tinha nem mais lágrimas para chorar Apenas uma sensação maldita. Uma falta tão significativa quanto de uma perna ou um braço Foi assim, uma dor de amputação aquela parte de mim, já não mais existia
Foi então que pratiquei a difícil arte de esquecer. Rosto, gestos , cheiro, voz, pele...
A memória traiçoeira, vivia apontando o meu fracasso através das música dos bares por onde eu ia; seu perfume surgia no ar da mesa ao lado no meu espirro que virava ausência e na gargalhada que se tornara escassa
Foi preciso me reinventar por fora para mantê-lo para sempre dentro de mim
Confesso que até hoje, coloco um blues e danço pensando em você, com o mesmo amor, mas com um punhal cravado que ninguém vê