terça-feira, 1 de maio de 2012

Estranhos amantes



 
O que dói em mim é que sempre,  
seremos estranhos
por mais próximos que estejamos
nada vai nos confortar

A alma aproximada, pôde ser festejada
em tantas luas , em tantos versos
entre esperas de céus na madrugadas
olhos postos a imaginar a solidão velada

Passeamos entre o barulho e o silêncio
estações ,resto de desejos, soltos no ar
folhas perdidas, entre a poesia
e a prosa que tentei te enviar

Cheiro de promessas, esculpida em cenas
fáceis de evitar, nossas criaturas trancadas
em retinas, contemplando o medo
de não transmutar a paz 
Sonhos entre vontades
enganos de existir proximidades
isentamos as possibilidades
me procuro em teus escuros
onde não sei caminhar

O que sabemos, o que pensamos
seria só minha vontade de querer-te ?
extensos muros do fascínio
que um dia há de aflorar verdades

Combato a estranheza  dessa luta
onde enfim , o grito preso me separa
nas ruas em que foges de mim

 
 
 
Adriane Lima
 
 

Arte by Tomasz Ruth 

Só em dueto



 
Um movimento no tempo
as variações de acordes
descendo e subindo
em solo, em dueto

toque de jazz ou blues
me leva, me traduz
sensação de toque
que me seduz

não sei de partituras
muito menos de cifras
mas a música me conduz
a desejos oníricos
como se nela
houvessem dedos

cenários, imagens
miragens,vertigens
embriago-me dela
sinto seu sopro
em tons e semi tons

botões que me ligam e desligam

arrepio da pele
cega vertigem
mudez e permanência
sensorial andamento
dos destinos

um violoncelo
uma flauta doce
solando uníssonos
e compassados

paraíso de cordas
sinto-me em decomposição

minha intuição
me transporta
poesia da harmonia
de vozes em sussurros
gritos fora do tom
entre as notas de meu sonho

 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
Arte by Natália Bryliova 
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