Alguma coisa em mim
observa atenta
os movimentos do mundo
parado em seu próprio umbigo
solitária penso que existo
no coletivo sinto que adormeço
pela essência desdita até aqui
não compactuo
com inúmeras coisas que vejo
e me falta coragem para o grito
a blasfêmia anda solta
sem as rédeas do tempo
carroça enfeitada
por flores já mortas
os falsos profetas
incendeiam o povo
com doces palavras
na boca do forno
a emoção
anda solta em minha pele
e liberto o trunfo
de ser poeta na liberdade
entre os dedos
escrevo poemas
para não esquecer
em qual inferno tranquei
meus medos
Adriane Lima
Arte by Juan Manuel Cossio