segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Olhos e brisas

 
 
Eu desejei o mais simples
e notório clichê
seguir a estrada de sua voz
e em seu infinito me perder
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Claire Street Art

Sobre um peito vazio




Queria libertar
todas as palavras de amor
que meu coração guardou para você
queria brincar indiferente
diante as respostas que não me servem
queria lembrar que somos dessa gente
que mente, diante do que sente
por não admitir ter um coração






Adriane Lima






Arte by Sarah Johnson

domingo, 27 de setembro de 2015

A arte da indecisão

 
 
O que move os nossos corpos misturados
É como se você dissesse:
me rendo ao seu lado
 
O que prende nossos corpos separados
É como se você dissesse:
me liberto ao seu lado
 
Qual o medo de que tudo se
misture, que tudo se separe ?
 
O problema é a ordem e o espaço
a quietude rasgando laço
A solução é o caos e a sede
que um dia irão vencer
nosso cansaço
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Carlos Manuel Rodriguez

Linha tênue dos sentidos




Passamos muito longe
da palavra amor
bebemos da paixão
como quem mata a sede
de confrontos
 
somos opostos
que distraídos
se perceberam
rotas de fugas, medos
olhos no olhos e encontros
 
labirintos que caminhamos
por livre escolha
sem saber onde terminam
só sabemos onde começam 

 
 
 





Adriane Lima







Arte by Leonid Afremov

Que feriram os teus pés




Livro gerado num casulo
De tantas páginas rasgadas

Asas podadas
Lagarta quase pisada

Primaveras e verões
Outonos e invernos
Lágrimas e sorrisos
Quimeras e realidades

Voa borboleta
Sem mais nada ocultar
Espalha toda a sua beleza
Para quem sabe te interpretar

Meu jardim te aguarda
Cheio de flores apetitosas
Lendo cada um do teu sugar
Das gotículas do néctar poético

Voa borboleta
Sem qualquer limite
Por entre todas as estações
Que a tua poesia te conduz

Que deflagre tuas asas
Sob os fogos literários
E jamais oculte de nós
O voo da tua poesia

 






Poema dedicado ao meu livro pela poeta Nane-25/09/2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A pele das palavras




Há uma alma sedenta
que não entende emoções em
tempos, além dos pessoais

Como explicar à ela a diferença
dos amores sazonais
minha alma conhece as palavras
e não, negações verbais

Como esquecer, amando
negar, desejando
fugir, indo ao encontro

Não há razão nas malditas palavras
por sorte temos saída
por sorte ganhamos feridas
que um dia cicatrizarão








Adriane Lima






Arte by Johanne Coellen

Flor da solidão




Uma palavra ou outra
escapava como um passo
que se marca e se modula
 
uma palavra ou outra
era navalha que riscava
a pele em ranhuras
 
uma palavra ou outra
voava como um pássaro
fugindo de dentro de si
 
nas glândulas do destino
adrenalina ritmada
as palavras ditas
as palavras não ditas
captavam o fôlego
do sofrimento
 
a lucidez da razão
a loucura do coração
a boca semi aberta
a ferocidade das certezas
captando espantos
 
no calor da essência
o grito ocultado
a voz surge na ausência
diante do que se perde






Adriane Lima





Arte by  Michal Zarornack

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Nossos altares







O que vi em você não sei
mas há algo para ser visto?
sei teu cheiro no escuro
sei tua voz em sussurros
sei tua pele junto a minha
isso basta para saber vê-lo
com outros sentidos







Adriane Lima





Arte by Samarel 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...