Quando ouço tua voz
as palavras são mestras
mesmo que chova no molhado
vou dançando nessa festa
quando falas
abrem-se todas minhas frestas
e o que era disforme
vai se moldando ao tom
nuances de uma reza
mantra solto no ar
Não existem notas
não existe nada
nem mesmo sei
o ritmo que
nos embala
música feita de verdade nua
a aquecer minh'alma
que jaz tão tua
e o som ecoa
e o som me aquece
e tua voz vai sumindo e voltando
interna e ternamente
os limites do sombrio
que rondavam meus porões
provocando clarões viram
luzes esparsas no ar
nada em nós tem lógica
nada a aplaudir o impossível
melodia nem faz falta
mas, é a voz , o invasivo
que ecoa em meu lado poético
é o que me protege
das horas de dor
é a medida pulsante
desse afeto distante
que faz eco em nossas vontades
tua voz é música
pendurada em estrelas
pautando o infinito
que aprendi a decifrar
Adriane Lima
Arte by Stanislavas Sugintas