terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Torpor Poético


 

Eu não quero mais sonhar
manter essa
ingenuidade de menina


cansei de planejar
e ver outros derrubarem
os meus belos desatinos
 

construi pontes
entre pessoas
que hoje navegam no rio
 

e estando abaixo
não enxergam a marca
que nos uniu
 

dor no corpo que serviu
para enxergar estrelas
 

deixo-me deitar na relva
minha mansidão vem
dessa festa
 

alegria que poucos detém
perderam-se entre brilhos
de meras fantasias
 

meu corpo é naturalmente lírico
me faço poeta
ao pensar com a boca 

 





Adriane Lima






Arte by Ricardo Celma

Sob o teto da lua



Aos que amam
aos que ardem
tomem a lua como rumo
como amantes


aos que inflamam
aos que cedem
tomem a lua como prece
como santos

aos que calam
aos que morrem
tomem a lua como solo
como deuses


aos que choram
aos que padecem
tomem a lua como alento
como lenço

aos que sangram
aos que desaparecem
tomem a lua como intuição
como salvação

aos que desconhecem
aos que ignoram
tomem a lua como sabedoria
como esmola


e aos que viajam
aos que desabitam
tomem a lua como morada
como eterna namorada 



Adriane Lima e Orlando Bona Filho






Inesgotável

 
Bela musa de meu poema híbrido
meu ventre adormeceu por meses
em líquidos sabores
a espera de teu despertar
 

em maternos braços
e acolhimento febril
enaltecidas vozes ecoavam
a espera de teu despertar

 

entumecidos seios jorravam o alimento
amor, liquido escoamento
a espera de teu despertar

 

por décadas me afoguei
em benefício teu
sentimento de desolação
a espera de teu despertar

 


criança de meu brincar
exatidão,ou mal predestinado

as minhas ilusões eram tão nobres
hoje inferno real, em busca do indissolúvel
 

...teu despertar ...
 



 

Adriane Lima





Arte by Juan Medina






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