quarta-feira, 11 de abril de 2012

Réquiem de um sonho




A noite para mim é um deserto
enquanto a vida dorme
faz-se em mim um silêncio enorme
então, não sei quem sou

De minhas visões saem anjos

e por momentos , cinzentos
asas quebradas pela dor
quarto crescente da lua vaga
em céu silente e sem calor

Envolvida , minha mente

manifesta renitente
o que o vento me murmura
e o que o tempo transfigura

Percebo que os vivos

estão mortos
é meu réquiem de sepultura
para os mortos que estão vivos
sendo a raiz dessa amargura

Crio o funeral de um sonho

envolta em nostalgia
matando minhas visões
acordada, sou poesia

Morte e vida seguem unidas

feito irmãs siamesas
e nisso sinto a magia


Ouço Mozart ao nascer do dia...


Adri Lima


 
 
( Imagem Yannick Bouchard )

Alma ferida



O espelho de minha alma mostra
o que externamente não se vê
são feridas expostas
abertas em minha pele
que em minha retina, se lê

Palavras que não explodiram
em forma de covardia
são dores, são açoites
que vivi entre meus dias

Os silêncios mais doloridos
as palavras nunca citadas
queimam a cada minuto
em minha pele apressada

Quero fazer vir tudo à tona
para que possa fazer sentido
isto tudo tão dolorido,
tem que ir saindo de mim
 e chegar até você


 




Adriane Lima




Arte By  Jonnhy Palacios Hidalgo

Incerto Abril



Esse imenso Abril
parece não terminar
desabam montanhas
ressaca o mar
Teve gosto de saudade
alegrias e necessidade
deixou a eternidade
vir de novo se instalar

Dentro de minha casa
já não mora mais o vento
as folhas caídas  foram levadas
feito dores suicidas
de um princípio sem ter fim

Por entre ruas, carros e edifícios 
a carne sangra a dor do outro 
e Abril não desistiu, 
de partir dentro de mim.

Rasgando meu peito feito nuvem
mudando desenhos e contornos
a olhos vistos no infinito
 
Talvez assim,houvessem gritos
De anjos e Querubins






Adriane Lima





 Arte by Yannick Bouchard
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