quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Efemeridade






 



Olha menina, tudo é provisório
de tua tristeza até tua sina

tudo é assim :


do rio que seca
da estrela que apaga
das mãos que tecem
ao ombro que acolhe

Tudo nasce,tudo morre.

Pássaros a voar
Passageiros do tempo
abrupto ar
nos engole sedento

O que nos falta é r(ar)efeito
ou lúcido defeito, de pensar
falta é leveza de ser
a previsão da vida, é tão pouca

Debruçada na janela
em que avistas
montanha,céu,lago, árvore fixa

Não te atentes ao efêmero
imortalidade,nem para as pedras

Tudo morre a temporalidade
sombras de tristeza tênue

No apego :
olhar a vida por retratos
e ter no âmago o que convém

Fluir na existência
justificados pela nossa passagem
alma lavada nos contém

 
Adriane Lima


Arte by Hugo Urlacher  

PicNic



 
Lembro da paz e dos sorrisos
toalha xadrez na grama
uma flor em meu vestido
manhãs,cãimbras,unhas
palavras nasalizadas
faziam a gente rir sem
ser preciso...

 
Adri Lima

( Imagem retirada da net ) 

Silêncio combinado



 
Finalmente entendi
nossa elegia
você fortalece meus medos
e eu enfeito sua melancolia


 


Adri Lima



( Imagem retirada da net )

Antítese





 



Vazo por reentrâncias livres
por onde há de escorrer
liquidos tênues
do amor e do sofrer


doce e sal
compõem o meu viver

Vaso, sobre a mesa
flores plásticas enfeitam
o amor e o sofrer

Minhas mãos os colhem
sem saber

Vida, por alegrias e tristezas
aproximações e distanciamentos

Ocos cansaços
percorrem o mistério
de uma coisa tão inútil
quanto a outra

O que minha alma ignora
é o vazar sem fim
Vazar por gotas
pedaços mastigados
de outrora

Destino de ninguém
Olhos, bocas despejam
liquidos de amor e de tristeza

Depósito do tempo e de estrelas
vividos entre amar e sofrer
vazar, o que não se pôde reter


 


Adri Lima

Olhos Antigos

 
 Eu não vi o tempo passar
intempérie a te maltratar
teus cabelos pratear
tua pele envelhecer
 
 
eu só tive olhos para
o que a alma queria ver

âmago sonhador
aprendiz e inocente

campos de sonhos
em mim,te fiz eternamente

tempo roubou
passado e o presente

estavas ali,relutante
corpo exposto
em horas exatas


o tempo de mim
nada roubara

o amor só via

o que sonhara

e a visão tardia
o futuro daria

era flor nascida orvalhada
depois da primavera

 




Adriane Lima 




( Poema para meu pai )
                                 






Arte by Mônica Maffei 
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