quarta-feira, 21 de março de 2012

Amor e Sina


tua ausência
é tão presente que é gente
e me abraça

tua boca
é tão minha
que cala
numa prece

tua presença
coração serenado
em noite escura
onde os silêncios
das tardes são quebrados

teu corpo é templo
é o sagrado
onde escrevo versos
enveredados

e se as pedras quebrassem encantos
se o mar não salgasse meu pranto
eu seria riso, nunca espanto

és a existência da esperança
a crença inevitável no dia que nasce
a fé no milagre renovado na vida
que há em teus olhos e tua alma sentida

és o corpo macio
cais de meu cansaço
templo do prazer
da contemplação
catedral de meus segredos
destino do meu viver

por ti faço promessas
ensaios de grandes orquestras
ode de amor e veneração
por ti os dias são claros
e as noites de lembranças

em ti sou mais
em mim és o bem
amor e sina
ser para sermos
seremos o que convém
 
 
 
 
Adriane Lima  e Orlando Bona Filho

Outono ao teus pés...



Construo-me árvore
os braços a seguir
na direção do sol
ergo-me em busca de ti
pássaro em céu aberto

me mostras minha descrença
e toda diferença
da sede que nos uniu

liberdade
e enraizamento
tentei florir em meu âmago
e depositar cores em tuas mãos
durante o verão
 

sobrevoava em meus galhos
onde nunca fez morada
e lá fora minha solidão
era o tudo, de meu nada
 

sorvendo os dias límpidos
chegou o outono

derrubando as folhas
e em minhas escolhas
despi saudade
me vi tão distante

enraizadas certezas
mimetizaram meu ego
do que não nego
nos teus olhos enxergar

seguindo...
 

vou sendo sombra
sabendo que
vislumbro florestas
além dessas frestas

onde árvore de amor-próprio 
precisarei renascer...

 


Adri Lima






Arte by  Dino Valls 
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