terça-feira, 3 de janeiro de 2017
O que poderíamos escolher
Poderia te convidar para o jantar
colocar na vitrola aquele blues
que dói dos olhos até a alma
deixar sorver entre os lábios
o frisante da paixão derramada
liquidando a certeza do drama
que existe no que acreditamos ser amor
e a mentira episcopal que nos salvava
você com suas mãos delicadas
saberia onde tocar o verbo
não pronunciado
desde que o ano começou
talvez não dê tempo
de ver a tempestade
de comprovar que somos só saudade
hálitos de vinho e fumaça
entre viagens nostálgicas
e gargalhadas que não
conseguíamos fazer parar
Adriane Lima
Arte by Hagin Bae
Onde reside a esperança
Fechei os olhos, imaginei-me
encantadora de palavras
pedi que elas sentassem e
perdessem a visão sentimentalizada
e mundana que lhes davam
olhares nobres e poéticos, onde
permanecia a fome de verdades
daquilo que eu via em seus olhos
sem coragem de dizer um som sequer
um sonho lunar de brilho vago
habitou em mim
refletido no espelho da alma vazia
que não morava mais em casa
Queria caber no corpo do mundo
as palavras pesadas me impediam
de ser a leveza e encantamento
onde a violência gritava e se alimentava
por buracos herméticos
enfeitados por muitos
desde a época do período Bizantino
-onde trocamos a aura pelo ouro
Adriane Lima
Arte by Emir Ershal
Caminhos
A vida e suas voltas
novelo de Ariadne
sem tantos nós
linhas esticadas, retas obliquas
que não podemos decifrar
pelas mãos do destino
há delicadeza no sublime
na cumplicidade entre o elo
da linha e do espaço
usados para serem cúmplices
marcados pelo amor e rancor
Adriane Lima
há delicadeza no sublime
na cumplicidade entre o elo
da linha e do espaço
usados para serem cúmplices
marcados pelo amor e rancor
Adriane Lima
Arte by Rafal Olbinski
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