terça-feira, 19 de março de 2013
Ao cansaço das coisas
Biografo-me em cada letra que escrevo
cada poema se parece comigo
vou despindo aos poucos
nódoas que me fizeram o tempo.
e de vez em quando
um verso perfeito que alguém se vê nele
outros,que ninguém le
combustível para vertigens ou voos
gotas de sal que sei arrancar facilmente
misturadas ao sangue que contrai e modifica
a minha respiração
tensiono,mas não intensiono
que isso modifique algo
muito menos ninguém
nada é mais repousante do que saber-me
verbo, sujeito e predicado
e todas equações que aprendi
se multiplicam a olhos nus
minhas asas estão nas pontas
de cada dedo
adiciono cada gesto de crescimento
subtraio cada olhar de rejeição
As asas me deixam leve
não sei as dos anjos
mas as minhas eu desconfio
que mesmo podadas
voltarão sempre nascer
Adri Lima
Arte by Tomasz Alen Kopera
Intersecções poéticas
O céu imenso que tudo sabia
onde fui apenas percepção
de pensamento e nostalgia
falta faz o que não morre
o que nos socorre do abismo
e da lentidão dos dias
o tempo ensina
ganhar ou perder faz parte
da vontade de acertar
e salvando filosofias
continuarei tecendo
os fios que interligam
alma e coração
mesmo que tudo seja desafiador
(des) afio garras e sigo
a maior coragem é buscar a felicidade
-nessas horas de descuido
o ócio é a síntese dos dias
outono invadindo a casa
verticalizando horizontes
onde, tudo chega
sem muitas explicações da vida ...
Adri Lima
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