terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Guardador de sonhos



Brinco de eternidade
por um momento
brinca de ser saudade
meu lamento


insólita fico
pedra sem lapidar
sou rio querendo ser mar

mostro fragilidades
feito asa de passarinho
recolhendo em meu ninho interno
meus descaminhos

em sentidos transfigurados
pela passagem do tempo
loba com a vida

guardada por dentro
sem argumento ou exaltação
hoje sou ovelha e mansidão

Céu ideal internalizado
onde teço palavras em nuvens
e busco sementes na árvore da vida









Adriane Lima







Arte by Samy Charmine

Palavras submersas



Que a noite silenciosa
coloque em meus dedos
palavras comoventes
uns versos,uma prosa

que eu acerte a fantasia
e que o sonho se refaça
por vida ou por pirraça

mas que não me deixe
aqui sentada,sem palavras
sem estrada, sem rumo
ou direção

Não quero mudar contexto
roteiros que não planejei
palavras que procurei
sentando-as em fila

talvez agora elas nascessem
em um pote de vidro
um mar monossilábico
onde morro na praia
da semântica encantada

um sinal,além da pauta
além da música que ouço agora
além da memória
livre escolha ,na folha
emendo os nomes das coisas
soltas pelo quarto

eu, livros,cama,drama
peixes na parede
sem rede
sem rima

palavras que hoje vão me abandonar...


 
 Adriane  Lima 
 
 
 
Arte by  Samy Charmine 
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