terça-feira, 5 de maio de 2015

Florescências opostas




Sangra-me no peito
a seiva de todos os sonhos
vaza na pressa cotidiana
o olhar vazio
o cheiro previsível
acomodado em
sorrisos plásticos


tudo me exauriu
a possibilidade
do confronto
o medo do futuro
o brilho do sadismo
que a vida mostrou


não há lápis para colorir
anagramas
nada mais engana
dentro desse jogo sutil


há um misto de sensações
palavras nascem e morrem
o nunca mais
é o paradoxo do ensejo


a paz emerge
através do esquecimento
onde a dor se mistura
à profunda alegria
desse exercício breve
que foi brincar de amor










Adriane Lima










Arte by Dylan Sarah 
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