terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Na pele de poeta
Já fui pena, poema
pernas, braços e vertigens
nuvem, céu e voo
coragens e esconderijos
fui o avesso e o remendo
a corda bamba e a linha fixa
fui lua em céu de noite escura
fui dor e acolhimento
permanência e efemeridade
torpor e melancolia
pássaro de asas inquietas
feito em partes bifurcadas
entre a essência e o
sentido massificante
fui estrada transformada em verbos
conjugados em poemas prolixos
de quem não ignora o que vive
sou o peculiar óbvio ululante
Adriane Lima
Arte by Leah Saulnier
Poema intra venoso
O invisível manda recados
a fala feito bala, acerta os
olhos de quem não crê
de quem não vê o mundo acontecer
e vive de respostas prontas
frente as afrontas
virando hematomas internos
o que não se vê, também sangra
Adriane Lima
Arte by Viktos Schelev
O silêncio dos incômodos
Tem dias que sou
uma eterna criança
a espalhar meus brinquedos
pelo chão
peças quebradas sem risos
jogos sem explicação
dou a eles remendos recicláveis
e não os faço pro(lixos)
Adriane Lima
Arte by Leah Saulnier
Asas invioladas
Eu já passei por cima de tantas coisas
do desprezo ao carinho
eu já passei por cima de tantas coisas
da rosa ao espinho
nessa vida tenho provado
que eu escolho meus caminhos
Adriane Lima
Arte by Tony Pavone
Gira mundo
Amava girar no carrossel em sua malemolência
abrir os braços em liberdade no chapéu mexicano
ter a sensação das alturas em uma roda gigante
engraçado ter todas essas sensações
após reconhecer no amor um parque de diversões
Adriane Lima
Arte by Joe Bieberg
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