quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Adria, Adriática


mulher
desfia longos versos louros
enquanto tece a trama
dos poemas vindouros.

A trama, a rima e a teia
que brilham nos olhos de Adriane
como romance em noite de Lua cheia.

A teia, a métrica e a trama
que brilham na arte de Adriane
qual roteiro do gozo e do drama

Drama e gozo da paixão
que deixou de ser servida
que da vida,
e nalguma prateleira, ficou esquecida.


 


Homenagem pouca à poeta Adriane Lima



 *** Poema que ganhei de meu 
amigo poeta  Fabio Renato Villela 





Arte by Josh Ollins






Laços insones



Hoje adormeci mais despida
do que nunca
enxerguei tantas sobras

abracei tantas sombras

visões de um reinado
hoje distante

entardeci na mesa
de um bar, olhando
meu copo cheio
e minha alma vazia

nunca havia me perguntado
qual o sabor que falta?
qual o gosto que sobra?

a engrenagem vai pulsando
e vamos sendo tragados
saboreando frutos impossíveis
amargando amores risíveis

sufocando até adoecer
na falta de gestos
onde sobram covardias

olhos d'agua
bolsas de sangue
e o que sobra, é o que falta
em veias e artérias

crenças reforçadas
imagens cristalizadas
e o que falta, é o que sobra
entre alma e matéria

laços insones
que me fazem companhia
nessa noite onde dormi nua
... vertendo sangria
 
 
 
 
Adriane Lima  
 
 
 
Arte by Arthur Braginsky 
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