segunda-feira, 20 de julho de 2015

Ao silêncio com louvor





Meu silêncio é ousado
mãos que tocam
a dobra delicada
da poesia


noite infinita
onde mora a fantasia
deitada em berço esplêndido
feneceu por covardia


Reescrevo a solidão
do poema
Quintana, Gullar,
minha amada Cecília


Nostalgia inesperada
tamanha fome de voo
hoje ardo e calo
já usei muito a voz


Agonia que tem pressa
dentro de um livro que acessa
a alma e memória do meu coração














Adriane Lima












Arte by  Joyce Tennenson

Faça de conta



Quando você percebe
que o amor é um jogo
e você desconhece a regras


só há duas alternativas
entrar e aprender a jogar
ou sair sem histórias


Amor é carta marcada
latente em nossa memória
mesmo o amor que se perde
mesmo o amor que se ganha


Amor é jogo nas mãos do destino
é sorte lançada que não se barganha






Adriane Lima




Arte by  Sergio Cerchi

Para preservar proximidades





 
A música foi levando-me
a um tempo já distante
senti Chronos se curvar
diante de meus olhos
 
repousar nas linhas
de minhas mãos
e em voz branda dizer :
 
mergulhe nesse destino
que te presenteio
nessas linhas não haverão
absolutas certezas
a qualquer manuseio
 
o prêmio é a alma a vagar
entregue as escolhas
encantada com a realidade
dançar, brincar, amar
sofrer, se perder e se achar
 
desse encantamento
cercar-se de toda atmosfera
da música da vida
trazendo o dom de renascer
e soltar-se com os ventos
 
lançar-se em sementes
polinizadas por amores
que embalaram-te
em levezas e
asas transparentes
 
guarde a fome de futuro
que nele haverá tempo
para todas as palavras
 
 
 
 

 
 







Adriane Lima






Arte by  Chrystel Mialet
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