quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Múltipla Mulher
Existe a intensidade
existem restos de vaidade
existe a beleza entre os dias
onde busco forças e fantasias
para ser uma pessoa feliz
Silêncio vivo de palavras
Vozes que falam por olhares
onde me tornei aprendiz
sou múltipla e facetada
tantas vezes desgovernada
Paro no meio do nada
e luto por moinhos de vento
sou alento de quem me vê
imperfeita
braços abertos
pronta para ser devorada
na verdade ás vezes não é nada
não é dor, é solidão
mais que precisa ser tocada
Sou mulher tantas vezes complicada
Que vê a vida tão cruel quanto enfeitada
Por sonhos por medos por escolhas
feitas em minha jornada
Mas se digo que de mim não
espere nada
pode ser algo mágico
nunca o trágico
não espere
mesa posta
ou casa arrumada
Não me jogarei da janela
nem abrirei o gás
não cortarei meus pulsos
nem cicuta beberei jamais
O fogo que me fixa na vida
mesmo com todo cinismo
me traz de volta do abismo
sempre que necessário
Invento minha poesia
por ela acordo e vivo
e em minha loucura a
cultivo como se fosse flor
Adriane Lima
Arte by Andrius Kovelina
Matizes
Amanheço em negro
como teus olhos
furtando a cor de minha dor
sobre meus ombros
Lilases incandescentes
vagam somente por nuvens claras
é minha mente desprevenida
matizando as cores
das estrelas, em verde-limão e
pintam de branco o coração
Guardam meu pranto
perdem o tom e então,
vermelho, feito um punhal
cravado em sangue do meu desejo
perdem o tom e então,
vermelho, feito um punhal
cravado em sangue do meu desejo
O verde oliva, somatiza o que não vejo
três da manhã, vivo a insônia
azul begônia feito aflição
flor de alcaçuz não me traduz
três da manhã, vivo a insônia
azul begônia feito aflição
flor de alcaçuz não me traduz
As cores vão...as cores são...
caleidoscópico jogo numa cor fogo
caleidoscópico jogo numa cor fogo
Ponho na tela o abstrato destes sentidos:
o malva antigo, o rosa chá e o boreal
acho normal, abrir o negro dessas retinas
ir clareando do cinza ao branco os pigmentos
o malva antigo, o rosa chá e o boreal
acho normal, abrir o negro dessas retinas
ir clareando do cinza ao branco os pigmentos
Fecho os olhos, os meus, castanhos e então me lembro:
- que nem mesmo sei, o tom real de tua pele
Adriane Lima
Arte by Joanna Zjawinska
- que nem mesmo sei, o tom real de tua pele
Adriane Lima
Arte by Joanna Zjawinska
Jogos de Amor
Eu não sei dizer
se eu te amo ainda de verdade
mas sei o quanto você me fez sofrer
em busca dessa tal felicidade
sinto falta
sinto frio
de viver uma verdade
Se esse sentimento existiu
foi porque o tempo permitiu
deixar no olhar mais que saudade
sinto falta
sinto frio
de lembrar do teu querer
O que fomos um dia
desejo pairado no ar
mas quer saber?
vai ser melhor te esquecer
sinto falta
sinto frio
dentro e fora me mim
Talvez uma fase ou uma maneira louca
em saber que se me aproximar
depois de tanto te esperar
nem beijo ganho na boca
sinto falta
sinto frio
de ser assim tão pouca
Em nada vai dar esse meu engano
o fato é que ja comecei a olhar
em outra direção
tive a sorte de um amor tranquilo
vir bater em meu portão
sinto falta
sinto frio
de ser assim tua solidão
Confessar que chorei e não tive sorte
melhor fazer o mundo girar a mil
poucos caminhos me fizeram amar tão forte
sinto falta
sinto frio
Mas...
chega de viver um jogo infantil
Adriane Lima
Arte by Alberto Pancorbo
Janelas do medo
Dizer o que ao homem
propor viagens
esperas singulares
relatar memórias
viciá-lo de paixão?
Viver em seu próprio momento
como não entender o fogo
que foi morrendo
esse eterno retrocesso
feito de partidas
Embriaguez de vontades
rubro vinho feito sangue
buscando veia
taça espatifada ao chão
Sorve-lo como quem
alimenta perdões
mera satisfação do ego
e se essa recompensa
for o eterno jogo
de um poeta?
Saberei assisti-lo
e distraída buscarei
com perplexidade
toda essa soberba
Vinda do mesmo olhar
que ofertavas
em tua grandeza
e a paz de antigamente ...?
Adriane Lima
Arte by Serguei Ignatenko
Flores Astrais
Te trago astromélias
Que no nome trazem
o que na verdade
gostaria de te dar
Derramo em letras
minha oferta
palavras que escrevo
pétala por pétala
Lua ou sol
de um céu distante
nesse papel minha mão
se desalinha
faz círculos, cubos,
estrelas,riscos...
formas geométricas
para se libertar
Se não me guardas
porque não me libertas?
algemas de pensamento
rastros de uma fuga
palavras tão agudas
feroz silêncio mortal
Muitas vezes sem saída
sem definir o que me habita
sou estátua de sal
dura, pétrea
em minha própria vida
Receba as flores
assim caminharei
comovida
com nossa constante
eternidade....
Adriane Lima
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