segunda-feira, 1 de abril de 2013
Flores de outono
Há na florescência
um compromisso de primavera
há na essência
uma certeza de fixar-se
em tempos outonais
me surgiu a evidência
o verso de Hilda Hilst
que nunca mais esqueci
podem vir fases
mas...
Tu não te moves de ti
Adriane Lima
Arte by Catrin Welz Stein
Em descompasso
Eu triste
ele calado
eu chorosa
ele assustado
eu fugindo
ele estagnado
assim ficamos
como dois relógios
batendo em tempos diferentes
eu em Londres
ele no Oriente
tic,tac em corações
descompassados
Adri Lima
Arte by Marina Podgaevskaya
Filosofia Poética VI
Muitas vezes pode parecer até papo de autoajuda,
desses que a maioria critica, acho interessante ver então porque esse tipo de leitura está sempre na lista dos livros mais vendidos.
A lição é clara: todos estamos buscando algo,
a luz no fim do túnel, a palavra de conforto, o carinho esperado, alguém sonhado, sei lá...
Mas, sempre estamos vivendo a espera, sempre estamos voltados ao novo, ao inesperado, assim o homem foi modificando o mundo a sua volta.
Através de seus desejos de olhar além do
"olho mágico, além do seu muro
..além...sempre além"...
E se não fosse assim de que adiantaria a palavra renovação?
A cada dia existe uma renovação constante,
e nunca um dia será como o outro.
É curioso observar como a vida nos oferece resposta aos mais variados questionamentos do cotidiano.
E quando penso nisso, me vem a bela frase de Nietzsche :
"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu".
...e convenhamos; Nietzsche,não escreveria sobre autoajuda!!!!
Adriane Lima
Arte by Catrin Arno
Minha Páscoa menina
Os símbolos não mudam, mudam os sonhos , as paisagens.
Eterna viagem de crescimento entre o homem e seu tempo.
Quando criança na Páscoa havia a alegria de se acordar e procurar os ninhos.Eram ovos grandes, enfeitados, ao redor marcas de patinhas pelo chão, eram as pistas deixadas na madrugada pelo carinho de meus pais.
Era uma época de descobertas, sonhos infantis e fé no desconhecido.
No almoço fazíamos uma oração à mesa, acreditávamos na renovação.
Fui me embasando nessa fé e em tempos de nunca usar o nome de Deus em vão.
Coelhos significam fertilidade, onde o simbolismo de novas épocas multiplicariam minhas crenças em tempos não tão férteis.
Cresci, casei, levei essa forma de comemoração aos meus filhos, a trocas de ovos, ninhos feitos à espera do coelho.
As mesmas marquinhas das patinhas como pistas.
Hoje eles já grandes, e eu em minha Páscoa, não vejo mais coelhos, nem filhos,nem ninhos pela casa.
Há a fé, a força que na renovação ainda deposito.
Dizem que coelhos dão sorte, quem sabe eu encontre um hoje pelo quintal !!
Minha fé ainda brota em ninhos...
Adriane Lima
Arte by Lisa Falkernstern
Assinar:
Postagens (Atom)