quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Desencontro




Hoje estou assim
Com sangue estancado na veia
Como mar que morreu na areia
Como pipa presa no fio...

Esperando esse amor que veio e não pode ficar
Noites, sons, acordes, poemas
Vinhos, incensos, cinemas
Tudo ficou para trás

Nos labirintos de meu coração
Tão logo a noite acabe
Tão logo o fogo passe
Eu já te fiz saudade
Sem te propor decisão

Sei que sou talento perdido
mulher que não deseja marido
Nem consolo, nem samba-canção
Sepulto bem longe toda essa coleção

Digo que um cisco caiu no olho
Que cortei a mão numa lata de molho
Mas, não deixo você me ver sofrer, nem chorar

Aspirinas, cafeína, vinho tinto,
Desconcertos, calçada, estrada,
Lua cheia, madrugada
Restos de perfume na ponta de um livro

Meus segredos mais cativos
São minhas melhores companhias
Tantas indagações, covardia
Expectativas, entre noites, entre dias

Entre tudo que escolhi e que você não vai ter de exaltação






Adriane Lima

Entre Estrelas



Serão nossos os caminhos
pressentidos
entre o sonho e o desassossego
entre estações primaveris
onde flores salpicam minha estrada

Somos mais que escritos pela madrugada
onde minha alma cansada
voa em noite escura
escura

Somos mais que a sombra da Lua
Desejo e procura
vento esculpindo visões entre folhagens

Esperanças vivas
Visões
Miragens

Poeira do tempo

Por entre estrelas...
Por entre estrelas....

 
 
 
Adriane Lima

Interrogo



Renunciar a luta
prender a palavra
manter a conduta
para não se perder

Explicações manipuladas
vociferadas em sussurros
um soco, um murro nos
sonhos de um ser

Homens e seus joguetes
fazendeiros de marés
donos de cirandas
sobem e descem

Serpentes que se arrastam
e não tem pés
diluem os desejos de
quem vive de verdades

Onipotência de dor milenar
temos braços amarrados
ouvidos pouco treinados
para tanta insensatez

Perde-se a hora, o agora,
o bonde da história
e então abro espaço
para uma interrogação:

Até onde a dor é maior que o sonho??
quem se propõe a me responder ...

 




Adriane Lima

Voo de Alma



Que tempo é esse
dentro de mim habitado
onde piso pesado
esmagando flores
em vida

Minh'alma aflita
tantas vezes incompreendida
guarda dores esquecidas
para um riso aflorar

Que sentença merecida
meus versos assim
escritos feito
pétalas caidas
de flor murcha em altar

Meu ser tão inconstante
percorre caminhos errantes
que nem mesmo sei
como descrever

Corpo e alma se combatem
alma resiste aos fatos do tempo
validando apostas que nem mesmo fiz

Vago aturdida
por entre espaços da vida
tentando por asas em
meu casulo interno
e em liberdade
voar

Doce mistério
de ser leve
em meu penar




 
Adriane Lima
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...