Tinha um oceano nos olhos
que iam e vinham
feito marés
uma boca que brilhava
feito estrelas
e um sorriso de céu distante
Pensamentos dissonantes
mãos leves para onde pousava a vida
acreditava no amor e em suas feridas
inventava lugares e novos mundos
Ah! Moça distraída
feita de tempestades
gostava de histórias antigas
reis, rainhas, castelos
criava-os sem ousadia
Caminhava às vezes
sem rumo pisando
com pés descalços
nas coisas do dia a dia
Tinha sempre uma alegria
no bolso, uma música
que tocava ao longe
e de sua janela via
horizontes emoldurados
Céus escarlates e dourados
em fins de tarde silenciados
flores marcavam suas costas
E uma corrente adornava o tornozelo
Ah, essa moça não
entendia porque a vida
a cercava de tanto zelo
cuidava dela com carinho
e lhe dava desejos em segredos
Adriane Lima