quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma ode ao homem encantado

 
 
 
 
Eu queria ter um harém
feito de pedaços dos homens
que inteiramente conheci
de um arrancaria os olhos
e colocaria naquele que
nunca me viu como sou.
 
Do outro arrancaria as mãos
e daria para o que nunca
teve um gesto de delicadeza.
 
Ao outro restaria
dar novo coração
para aprender
que amar a sí mesmo
não é a salvação.
 
Metades de homens pela metade
me fizeram não hesitar
em buscas insaciáveis
para cada um deles
deixei meu melhor
e trouxe comigo o amor que me deram
 
Minhas desistências não foram
por reflexão e sim por essência
ao me negarem o melhor que tinham
corri os riscos de buscar novas convivências.
 
- banquei minhas histórias,
algumas tristes, outras tão belas
 
Antes de morrer quero provar
que o amor existe
e acharei encantos
em um só homem inteiro
como eu entendo
cansei de fazer remendos 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
Arte by Dalila del Valle 

Espelhos de quem ?

 
 
Somos homens demais
Para acessar fontes lógicas
Somos lógicos demais
Para reagir como bichos
Somos bichos demais
Para latir feito gente
Somos gente demais
Para assentar neste mundo
Somos mundo demais
Para raciocinar como poucos
Somos pouco demais
Para sonhar como deuses
Somos deuses demais
Para assumir nossos erros
Somos erros demais
Para pensar como loucos
Somos loucos demais
Para estancar como foscos
Somos foscos demais
Para refletir livremente
Somos medos demais
Que nos resumem a homens
Por questionarmo-nos demais

 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
Arte by  Yoo Choong Yeul

A vibração da vida

 
 
 
A palavra é a entrada
o silêncio a penetração
o gemido a rima
o cheiro a nostalgia
as mãos impulsionam
o desejo incontido
(di)versos soltos no ar
o amor a mais pura ficção
da solidão friccional
deixaram a poesia
se amar sozinha
só lamento a falta de gozo
da alma gentil
e a inquietude da paz
 
 
 
 
Adriane Lima  




Arte by Dalila del Valle
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