domingo, 1 de junho de 2014

Horas silentes




Um apito de trem
solfeja em meio a tarde
quebrando silêncios
um aperto no peito
revela meu tic-tac
interno ponteiro
parado no tempo
âmago chuvoso
que arde, que arde
dou corda no sonho
dou voltas pela casa
sobram ilusões
em minha cara metade
mergulho em leito
automatizada sinto
ausculto corações
leio poemas
rasgo bilhetes
viro páginas
conheço emoções
por impulsividades
enamoro lembranças
de verdadeiras paixões
entre tempos perdidos
sou trilho em atrito
no gritante silêncio
de tudo que sei
de tudo que havia
encruzilhada de túnel
luz nesse final de dia 






Adriane Lima








Arte by  Sophie Wilkins

Flor particular

 
 
Meu sentimento
bicho indomável
que a cada hora acho
a cada hora perco
meu sentimento
aprendeu que
viver intensidade
é vazão sem reconhecimento
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Krassimir Kolev

Zona de perigo

 
 
Confesso que tem dias
que meu coração
resiste infantilmente
e esperneia ao sentir 
teu banho de palavras
e úmidos escapes 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Trisha Lambi

Contos irremediáveis

 
 
 
Desejei sim,a tua palavra
mais profana
quis sim,a tua nudez
em minha cama
frente a frente compensava
perder meu ar de puritana
acenando ao âmago
um quê de paraíso
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Diego Dayer

Pórticos

 
 
 
As palavras são asas
só o desconhecido condiz
a afiada metáfora
de não falarmos
a mesma língua
na boca da noite 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Toshiyuki Enoki

Permissiva

 
 
Nossa pele :
a única testemunha ocular
vislumbrava o caminho do prazer
de olhos fechados 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by  Diego Dayer
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