Há sempre em mim
algo contido
que nutre meu verso
tornando-o arfante
há sempre em mim
algo escorrido
que escapa de meu verso
tornando-o infante
quase uma meditação
quase uma maldição
nem sempre é o bastante
pertencer a poesia
forjar voos
jogar-se em abismos
dosar sofismos
em mim há delicadeza
sem hesitação
há o sofrer errado
querer tudo
e não desejar nada
não há poema
só poesia
há sempre em mim
um acorde dissonante
Adriane Lima
Arte by Juan Carlos Manjarrez