sábado, 20 de julho de 2013

Vestida de noite






Sempre é silêncio
para começar um poema

o som da respiração
busca palavras em cadências


vagarosamente 
elas saem de mim
pingando feito estrelas
na noite de um céu de julho


cada vez mais perto estou
das palavras estrelas


em meu peito aberto
visto imagens etéreas

quebro o silêncio
com um suspiro intenso


-nasceu o poema

arte interna
vinda de mim
como um astro
que aparece de repente


dor
alegria
paixão
recortes


estendidos no varal
do tempo 

levados pela minha existência
saídos dessa urgência
 

irão compor novos seres
que ao lerem irão transformar 
as palavras,os astros,o poema
em novos silêncios ou gritos
 

e passarão a habitar comigo
a mesma dimensão







Adriane Lima




Arte by  Igor Kamenev

Sem asas

 
 
 
Há um remoto controle
sobre tudo
há sobre tudo
um controle
 
sobre a vida
sobre os passos
remotamente
há controle
 
tempo
passado remoto
 
o analgésico da dor
o alívio que conforta
 
paliativamente
o que as mãos não suprem
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Renzo Castañeda  
 
 
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