segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Nada a dor em olhos míopes
Decididamente
não mais disfarço
deixo levezas
não aperto o passo
cansei de nadar
contra as correntes
das certezas de tanta gente
que troca o crucial
pelo banal
acredito ser esse
o caminho mais curto
para morrer diante
dos olhos de quem
nos parecia eterno
morrer de sabotagem
com a máscara
dentro da alma
e há quem disso
se fortaleça
usando óculos
para esconder
os olhos inchados
usando roupas
de marcas
para esconder
um corpo sem valor
disfarçando a raiva
com sorrisos
vivendo o amor
com distanciamento
enganando o
cansaço com
remédios
e o tédio
com alimentos
saboreando o
esquecimento
com cachaça
e assim nessa vida
vai seguindo
feito esfinge
por covardia
ou desassossego
endurecendo
e quase que por decreto
fica o dito,pelo não dito
Adriane Lima
Arte by Danielle Bilodeau
Dias pássaros
Longo são os dias
onde feito barata tonta
subo e desço
dentro de casa
varro,lavo louças,
pauso
saio lá fora para
olhar o céu
subo,brinco com tintas
solto palavras em um
papel
começo tudo
não termino nada
tantas tarefas
seccionadas
entre pensamentos obsessivos
fui engolida pelo tempo
mastigada pela solidão
escarrada pelas escolhas
pisoteada por mim mesma
pela falta de coragem
pela sobra de intensidade
não fui ego
nem vaidade
cúmplice de minhas
verdades
expus fragilidades
em mundo de homens
superficiais
fui cisne, em lago de
víboras
alimentei, fortaleci
plantei valores
coloquei asas
e aprendi a duras penas
que muitos
jamais poderiam comigo voar
Adriane Lima
Arte by Gisine Marwendel
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