sábado, 30 de novembro de 2013
Alquimia furtiva
Descrita em peles
mistura e separação
processo de decantação
me encanto em cada encontro
entro em dissolução
me componho em cada posição
me dê,
me ponho
em ti decomponho
a química sem sublimação
Adriane Lima
Arte by Malika Favre
Reminiscências de um diário amoroso
Não consigo
sentir nada
e o nada dói muito
sinto-me vazia de sentimentos
com as mãos cheias do mundo
e o nada dói muito
sinto-me vazia de sentimentos
com as mãos cheias do mundo
na boca um gosto
desse dia amanhecido
onde pedi à você
ame minha alma
dolorida
e não faça amor
comigo
habitamos as
irregularidades
do tempo e
transitamos
sentimentos
intransitivos
há eu e você
sem plural
- nós
singularmente
não temos nada
e queremos tudo
verbos usados
amores antigos
ver-te
tocar-te
partir-me
sofrermos
de repente essa
indecisão
por saber que nunca fui
o
que você desejara que eu
fosse
nasci com o gosto e
gozo
da liberdade entre as
pernas
cravei em mim
certezas
que hoje me fazem
amargar
o amor não se
constrói
o amor é
sublimação
quem ama quer
possuir
eu só pude te dar
essência
do que tinha comigo
aqui
vivificamos em
carne
nossa relação impessoal
onde me remetia a frase
de Rilke :
- " Amor são duas solidões
protegendo-se
uma à outra. "
Adriane Lima
Arte by Zoltan Molnos
Há química nas cores?
A carne fraqueja
esteja na cama
esteja na mesa
no vapor que azuleja
na toalha molhada
a carne lateja
perdemos certezas
de tudo,de nada
a carne amansada
adora cerejas
Adriane Lima
Arte by Sergey Ignatenko
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