segunda-feira, 17 de junho de 2013

Escolha mortal

 
 
 
Há uma mariposa
negra no teto
buscando luz
 
há a percepção
de meus olhos brandos
cheios de boas intenções
 
permeando os caminhos
entre o discernimento
do que seria para ela a morte
ou a minha saída desejada
 
abro as janelas
mas, ela prefere se atirar
ao calor da morte
 
ao que o destino supôs
ser a bela visão paradoxal
 
de meu lirismo tóxico
por amar a imensidão
ou a empáfia
da escolha entre liberdade
e luta vã
 
não há como negar
o involuntarismo em asas
de um impulso fatal
como os joguetes da vida
 
lá fora flores
botânicas saídas
e ela presa não percebe
escolher a morte
 
assim vencida
segue em direção 
aquilo que
acredita ser a vida   


Adriane Lima






Arte by Christin Scholoe
 
 
 

Chave alquímica




Às vezes é tão fácil
vestir a carapuça
usar a mesma blusa
amassar o próprio pão


-às vezes não
 

mais fácil falar do ácido
que corrói a carne
que machuca em tempo
de ser decisão


entre o elevador e a pressa
as vezes muro, as vezes dura
é a constatação


a flecha que alcança
que faz a curva
a linha da espera
o frio na barriga
 

a verdade estampada
a visão que corta e sangra
onde não há palavra nem salvação ...




Adriane Lima




Arte by  Christian  Schloe
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