Mar alto de incautos olhos ostras assexuadas povoam conchas de salgadas lágrimas e úmidas vozes aquariando o lume disforme do peixe espada onde a mulher amada emerge em saudade (e) blues ...
Somos nós servos das palavras escravos do tempo com a bagagem na memória raízes de nossas histórias
Seguimos :
nas pregas dos dias os sentimentos uns calmaria uns ousadia alguns tormentos outros arrependimentos
O silêncio abre a janela do novo com ele olhamos o enigma e caminhamos mesmo que cansados respiramos fundo em busca dessa virgindade sem vertigem e com coragem
submeto-me ao tempo ele é meu senhor, bem sei e quando estou fraca ele põe poesia em mim arte que me nasce todos os dias pelos meus olhos, poros e dedos
a ampulheta me algema e eu tento ser eu mesma explicando pouco e sentindo muito, então, sigo
pelos meus tormentos viajo com elegância,me dispo do ego me lavo com as cores do cotidiano tons matizados do cinza ao rosa
minha alma livre não conhece essas algemas o singular do tempo os sonhos amassados os verbos não usados as metafóricas mentiras
o que me pesa são as fragilidades os pedaços humanos que todos nós carregamos de tempos em tempos onde todos tem seu preço