segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lua Esparsa


Dias de chuva
que não cessam
solidão em meu céu
um aperto no peito
conto estrelas na rua
através dos pingos d'agua
poças de minha mágoas

Essência e razão
o dedilhar de um violão
que eu não posso ver
onde morro e renasço
em intermináveis
intensidades

O jasmim que perfuma a noite
embaixo de minha janela
enfeitiça-me com seu cheiro
coloco-o na lapela
de meu casaco de lã
respingado
de chuvas e de esperas

Crio teoremas
hoje não faço poemas
falta-me a rima
falta-me a crença

Esparramo vinho tinto
entre a boca e a taça
guardo goles e aromas
tristezas e pesar

Há amarguras no ar
entre flores e a lua líquida
que teima em não voltar

 
 
 
Adriane Lima

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