Dias de chuva
que não cessam
solidão em meu céu
um aperto no peito
conto estrelas na rua
através dos pingos d'agua
poças de minha mágoas
Essência e razão
o dedilhar de um violão
que eu não posso ver
onde morro e renasço
em intermináveis
intensidades
O jasmim que perfuma a noite
embaixo de minha janela
enfeitiça-me com seu cheiro
coloco-o na lapela
de meu casaco de lã
respingado
de chuvas e de esperas
Crio teoremas
hoje não faço poemas
falta-me a rima
falta-me a crença
Esparramo vinho tinto
entre a boca e a taça
guardo goles e aromas
tristezas e pesar
Há amarguras no ar
entre flores e a lua líquida
que teima em não voltar
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