Olho o cálice
de vinho tinto
e nele me vejo
e tudo que sinto
são memórias
as dores rubras
da árvore da vida
plantadas em solo
e pouco amadurecidas
a dor é madura
o fruto não
fruto de sangue
nas paredes
hoje intocáveis
meros retratos
lembranças vivas
de onde misturo
golpes suaves
golpes duros
dores d'alma
pelo tempo envelhecida
por saber-me liquida
internamente
deitei-me
em águas turbulentas
colhi rosas
perfurei-me
e então vazei
fui do céu ao inferno
em segundos
meu mundo
afunilou-se
e no vinho
aniquilei o
sangue
da vida
e provei do
ácido gosto
de um dia ter sido
o que na verdade nunca fui
embevecida
entornei o cálice
como quem peca
como quem erra
como quem morre
embriaguei-me
da solidão e
com ela brindei
amargas verdades
em adocicadas palavras
que hoje me fluem ...
Adriane Lima
( imagem by Immaculada Juarez )
são memórias
as dores rubras
da árvore da vida
plantadas em solo
e pouco amadurecidas
a dor é madura
o fruto não
fruto de sangue
nas paredes
hoje intocáveis
meros retratos
lembranças vivas
de onde misturo
golpes suaves
golpes duros
dores d'alma
pelo tempo envelhecida
por saber-me liquida
internamente
deitei-me
em águas turbulentas
colhi rosas
perfurei-me
e então vazei
fui do céu ao inferno
em segundos
meu mundo
afunilou-se
e no vinho
aniquilei o
sangue
da vida
e provei do
ácido gosto
de um dia ter sido
o que na verdade nunca fui
embevecida
entornei o cálice
como quem peca
como quem morre
embriaguei-me
da solidão e
com ela brindei
amargas verdades
em adocicadas palavras
que hoje me fluem ...
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