Egoísticamente me adorno
desamarrei devagar os últimos laços
como quem se despe, sem pressa
e se entrega ao amor verdadeiro
em meus ouvidos
teço palavras doces e de encantamento
salvo as preces e a companhia
é o instante onde escuto a eternidade
ao me doar
gerei amor
...grávida de mim
enchi-me de zelo
guardei lá dentro
medos, amores
sonhos e nostalgia
o ontem e o além dos dias
as minhas fases
hoje feito a lua cheia
redondamente me dou voltas
habito-me por inteira
pela solidão me enamorei
ganhei tempo me querendo
libertando meus desejos
dissolvendo minhas fomes
-grávida não pode passar vontades
eis a vantagem,
me alimentei do melhor de mim
do outro espero que me veja assim :
parindo a vida liquida
nesse mergulho sem fim
Adriane Lima
arte by Anna Zinkovsk
Nunca um poema conversa sozinho,nunca uma poetisa como você não terá gestações verdadeiras como essa.Parabéns,lindo sua gestação dentro de sí mesma.
ResponderExcluirSó depois deste mergulho na própria alma seremos capazes de também mergulhar na alma do outro, entendê-lo e verdadeiramente amá-lo. Seu poema contém profunda reflexão e o amadurecimento da arte poética. Parabéns, Adri.
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