segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A extensão do tempo




Por noites vazias e
tristes eu sigo
e penso e repenso
em dor e nostalgia

não é o caminhar só
que me assusta
e sim a vaziez
da esperança na qual fui
apresentada

se pudesse caminhar comigo
veríamos as mesmas estrelas
apontaríamos o mesmo pássaro
deitaríamos no mesmo gramado

não posso desejar a eternidade
das coisas que escorrem

tempo
significados
paixões
dores em ser poeta em tantas ocasiões

sinto falta de muitas coisas
e estou indo para o outro lado de mim

alvejei algumas peças
mudei a cor dos cabelos
parei de pensar no eterno

nódoas e cheiros
não me favorecem de nada

a grama parecia mais verde
e as flores mais encantadas
o vento batia com suavidade
o pássaro cantava com sagacidade

perdemos a hora
dessa tênue vontade
perdemos desejos
entre sonhos e realidade

mato em mim grãos de sabedoria
se é que isso havia
não é a morte a salvação de nada
é a vida a purificação de tudo

talvez algum presente inesperado
bata em minha porta
talvez só a secura do tempo
em sua aridez

talvez por escolha ou fatalidade
eu continue a fazer poemas

 


Adriane Lima 



Arte by Juan Manuel





2 comentários:

  1. Adriane, a cada dia que passa sua poesia me fascina mais.

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  2. Lucia,minha amiga e poeta,fico imensamente feliz em receber esse carinho!!!

    Obrigada por vir aqui me ler,sempre!!!!

    Beijo!!!

    ResponderExcluir

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