sexta-feira, 27 de junho de 2014

Refúgio celeste

 
 
O tocar de corpos
o aquecer a pele
e tudo se perdeu
em uma palavra de espera
 
palavra feito estrela cadente
vagando em céu infantil
 
- o céu da esperança
 
prometer o branco
o imaturo, o sonho
um futuro encontrado na boca
que não abriu
 
pele foi o esquecimento
palavra o desapontamento
esperança  tudo o que escapou
 
no fundo,querido
não há castigo
nem há lamento
tuas costas repousada
em meu  peito
já evitavam olhares
 
a varanda da alma
já avistava o portão
 
a despedida
não se fez em palavras
defendidas pelo silêncio
se fez a flor da pele
 
a esperança meu bem
 é plácida, veste sempre
as mesmas roupagens
vive enfeitada de guirlandas
 imitando auréolas
 
a esperança tem mãos pequenas
para ir se desprendendo aos poucos
junto aos suspiros
pausado entre lágrimas que não
entendem arrebatamentos
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Irina Kotova 

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