sábado, 17 de setembro de 2016

A flor do jazz-me


A ela não servia ser a Dama das Camélias
moça flor, resplandecendo sua essência
entre tantas explosões pelo caminho
não foi como Rosa de Hiroshima
nascida de extrema delicadeza

Retirava de si mesma

todo aroma de pétalas
que atirava pelos sete ventos

Um ar de concha, de mar, de sangrar

tão ávido esforço de renascer 
a cada golpe, em mínimos intervalos

Não viu estrelas, não viu bordados

pisava a relva orvalhada dos sonhos
por puro encantamento
aos gestos ensaiados entre seus dias

Apenas ela, tão só, sempre a espera

de chão e casa, de cama e jardim
em cada canto um silêncio
quebrado por um romper de passarinhos

Tempo sem fim, pesado entre o 

presente e o passado 
em dias de voos e menos pausas



Adriane Lima





Arte by Luiz Miguel Rodriguez 



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