sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sonhos sinestésicos

 
 
 
Uma noite de insônia pode produzir muitas imagens em nossas mentes.
Nos levam a fazer viagens internamente.
No silêncio da noite vive o perigo,os fantasmas que não devemos dar abrigo,
não deixar que eles se instalem em nossos porões.
E foi assim,em uma dessas visões,que vi meu corpo flutuar,
não conseguia nele comandar e feito uma pena levada pelo vento, eu fui seguindo...indo...indo.
Foi como se uma mão tapasse minha boca, para que meu grito não ecoasse pela madrugada vazia.
Gritei para dentro, para meu próprio espanto!
Não entendia o que meus olhos julgavam impossível.
E então , rezei...as orações da infância que ainda estavam em mim.
Apertei meus olhos fortemente não querendo ver meu corpo lá em cima.
Tive medo, tive frio e lá estava imóvel, sem poder nada explicar.
Imagens se agigantavam e se minimizavam em minha frente, já não sabia distinguir se era sonho, loucura ou fantasia.
Me vi naquela sinestesia,sensações se misturavam em mim.
Naquela visão, transporte, telepatia...tudo fugia e eu ali rezando,para alguém vir me tirar daquele transe,daquela ilusão ou seja lá o que for ,que eu não soube até hoje entender.
Estava entre o mistério do que existe e do que poderia ter imaginado.
Onde a matéria de meu corpo repousava e a alma flutuava e entre elas um atmo,
um espaço de tempo que ficará para sempre em minha memória.
E de repente, eu me vi em uma sala de espelhos,escrevendo um nome a esmo,e repetia,repetia,..compulsivamente escrevia nos espelhos, nas vidraças,com os dedos no ar, as mãos me comandavam e só ali entendi o lado oculto do desejo.
A mão escrevia o que lia entre tua alma e a minha, presença de espaços no que me silenciava à anos.
Supostamente escrevia o que a vida negava, as horas secretas de um sonho pelo qual eu seguiria acordada !!!
 
 
Adriane Lima
 
 
(Imagem Manoel Nuñez )
 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Guerras Internas



 
O amor foi meu algoz
foi tua pele
meu morteiro
onde me feria
sem saber voltar
e ser inteira 
 
perfumava toda atmosfera
acendia um incenso
e alimentava-me de quimeras


ansiedade em passos largos
foi bastante companheira
hoje fantasmas de minha alma
já não ficam a tua espera

 
bem verdade, que te dei
um amor de fera
de cio, de pele
hoje mais calmo
feito bicho domado pelo dono
 
foste meu frio de inverno
e abandono de outono
hoje sou criança mansa
que solta se desespera
 
agora a alma em carne viva
sangra o que o corpo pondera
fui tua, não mais
é fato  
 
hoje te deixo no exato :  
 
dente por dente
olho por olho
 
 
 
Adriane Lima

 
 
 
 
Arte by Tomasz Rut 

T (ar ) de...


Antes que seja t (ar)de demais...

a arte na ponta dos dedos
não faz segredos
para as tintas
que querem escorrer

a vida na palma da mão
desfaz o medo
para a luta
do sonho vão


tarde
arde
arte
ar..


esper ( ar )
busc ( ar )
respir ( ar )
recomeç ( ar )


ar...dentro e fora
de mim...



Adriane Lima






Arte by Alberto Pancorbo
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