quinta-feira, 5 de julho de 2012

Enlaço balanço





Mão pêndulo
enlaça a vida
por proteção ao corpo

Mão pendulo
estica o coração
por proteção aos homens

Mão pêndulo
abriga as asas
por proteção aos pássaros

Mão pêndulo
de um lado a outro

embala as horas
segura os medos
solta os laços
aperta os nós

Mão pêndulo
tapa ouvidos
serra a boca
fecha os olhos
alisa os poros
toca corpos

estende-se quando entende
o que ir em busca

Mão é a vida
resquícios e bagagem

Mão é pêndulo
da memória
levamos
de um lado a outro
balancetes da história

Mão é luz
acesa na escuridão

 


Adriane Lima


( imagem: Misha Gordin ) 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Abso(luto) azul





Sentimentos difíceis
ultrapassam limites
do humano seguro
na impotência da vida

perdas irreparáveis
estraçalhando serenidades
olhares mórbidos, flores fétidas
nenhum vento, só lamento

Quietude em abraços
perdidas expressões
num arrastar lento
lágrimas cansadas
de um inconformismo
já sobre-humano

há de vivenciar mudanças
casa vazia,lembranças
noites frias de ausências

Há vidas em mortes
e mortes em vidas
não é fácil sabê-las...
não é fácil vivê-las

Hoje o dia esteve
v
e
r
t
i
g
i
n
o
s
a
m
e
n
t
e
azul...
num cenário destoante
com a tristeza

pai, filho e espírito santo
hão de aceitar tua vontade

 




Adriane Lima






Arte by Mihai  Criste

Instantes sólidos


 
Noite escura
tecem texturas
minha pele nua
não suporta a insônia
quer fazer poemas
mas não há um grão
em minha imaginação
escuto o silêncio
um avião corta o ar
impossível olhar
a alma e se acostumar
superficialidades
a palavra escondida
quer vida,quer afeto
dentro de mim
nomes, fomes
que tentam viagens
vícios e ousadias
me escapam pelo ralo
do olhar ambíguo
enigmas
dessa crença
que fazer poemas
com rima é ofensa 
que a metalinguagem
é sólida
e essa companhia
é o novo sal(do) poeta
sopros em esgrimas
onde balançam as palavras
em finas pontas de espadas
dentro de um sonho
cheio de pluralidades



Adriane Lima 






 Arte by Silvia Pelissero
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