terça-feira, 24 de junho de 2014

Equilibrio equidistante

 
 
 
Um dia você acorda
e para de andar no limite
para de se equilibrar
na réstia do tempo
na escassez das linhas imaginárias
na sordidez dos equívocos
nas migalhas de amor barato
na meia verdade do amigo
esse dia, o abrir de olhos é espanto
a respiração é anacrônica  e serena
o ambiente ao redor silencioso e vazio
é o dia em que você cai
cai em si
e se vê em sábio exílio
diante um mundo doente e frio 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Isabelle Cochereau

Armações plácidas

 
 
 
As coisas por hora
são esse ramalhete
dias abissais
mergulhados em profundezas
ações sem destrezas
mãos vazias de afetos
anjo que perdeu asas
antes da queda
cicatriz mal cerzida
alto relevo em branca tez
garra podada em pleno salto
sinal de fumaça sem fogo
ramalhete a ser entregue
ao sepulcro que lateja
na boca do calibre 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Widyantara

sábado, 21 de junho de 2014

Nenhum sofrimento tem legenda

 
 
E então ele me disse:
escreva só por escrever
sinta só por sentir
beba só por beber
ame só por amar
 
não pense em enigmas
não conteste a existência
automatize sentimentos
não tenha controle dos fatos
esquecimento é boa vontade
 
a vida é uma lição
não,não e não..
 
- não pode ser assim
 
minha vida é uma teia
fio tênue que bailarino
me enrosco,me elimino
outras tantas me distraio
me balanço, me contraio
 
eu tenho fome de viver
e alguns aperitivos de morte
eu odeio a frouxidão
das palavras de conforto
gozo sem o amargor
porque sei quem sou
e sofro pela verdade
e suas renúncias veladas 
 
e não
eu não faço nada
pelo simples fato de faze-lo
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Brita Seifert
 
 
 
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